quinta-feira, novembro 30, 2006


«Acção»8/5/1941


















«Acção» 8/5/1941
(clicar na imagem para ler)

A Turquia

Por mim estou de acordo com o Papa : a Turquia deve entrar na União Europeia. Com uma condição: nós sairmos.

Os homens dos tiros


Não sei se foi o primeiro artigo do meu pai, sei que tinha dezassete anos quando o escreveu, assinou, como assinava antes do meu avô Manuel Múrias morrer, Manuel Moutinho, saiu na «Acção», jornal dirigido pelo meu avô no dia 18 de Outubro de 1945:

«Julgam que regressam!Vêm ufanos, cheios de prosápia, cantando vitória!Deixá-los cantar...
São os coriféus de uma política decadente, retrógada, sem rei nem roque!São os caducos berradores de vivas à Liberdade, de vivas à Républica!São os loucos, cegos voluntáriamente por deformação antiga.
Não se levou a cabo a arrancada de Braga, pelo simples prazer de se juntar mais uma, às dezenas de revoluções feitas para satisfazer as ambições mais comezinhas. O 28 de Maio foi a revolução dos verdadeiros portugueses, dos verdadeiros democratas, olhando somente a dignificação da Pátria ultrajada pela acção corrupta dos homens dos tiros.Ao idealismo estéril e inconsistente, preferiram os homens de Braga o realismo sereno duma política construtiva, optaram ela reforma integral das instituições carunchosas, geradas na balbúrdia sanguinolenta, no insulto soez, no assassinio friamente premeditado, frutos da politica que pretendem os ressuscitados de agora.
Não são necessárias encarnecidas certidões de idade para se ter uma ideia precisa do que foi e nunca mais tornará a ser a governança dos vitoriosos da Rotunda. Eles provaram insuficiencia política, incapacidade governativa - nós somos as vítimas. São os homens dos tiros...sómente!
Em vinte anos sómente se começou a obra, não se chegou sequer a meio da caminhada e se o País confiou até aqui, confiará até mais além para que o sonho se complete, confiará cegamente porque nos esforçámos até ao limite máximo das possibilidades para alcançar a meta ambicionada.
Julgam que regressam os homens dos tiros :- não os deixaremos disparar! »

Manuel Moutinho

quarta-feira, novembro 29, 2006

Campanhas

«Pense-se em que nenhuma das situações levadas a tribunal e que provocaram enormes campanhas dirigidas à opinião pública (Setúbal, Aveiro, Maia) teria destino diferente se estivesse em vigor o que a pergunta referendada sugere. Os casos referidos, que pela lei actual são crime, continuariam a sê-lo se estivesse consagrada a posição constante do referendo»

Manuel Azinhal no O Sexo dos Anjos

Foi isto que o almeida destruiu

O Futuro Presente

O futuro decide-se no presente

«O futuro decide-se no presente, com os acontecimentos do passado. Portanto, para quê esperar? Porque se delega no outro o governo das nossas coisas, a decisão final das nossas vidas? Porquê? Será falta de coragem? Será que queremos ficar inertes, absortos no nada, no deixar andar, no olhar para o lado, para não ver a realidade? Porque será? Pergunto-vos, meros mortais, feitos de pó, moldados na forma incognoscível e incompreensível, desejais ser sempre assim, toldados por outros, vividos por outros? Porque esperais? Levantai-vos ó homens, endireitai as costas, sede diferentes dos outros animais pelo que tendes em cima, e não em baixo. O campo de batalha é já ali à frente. Uni-vos! A glória dos céus está reservada aos audazes, cujo nome ficará gravado no espírito da humanidade para todo sempre!»

Combater naDemocracia

Muito estranho, mesmo muito estranho...

Comemorações da Restauração Nacional

Dia 30 de Novembro
Pelas 21H00, no Centro de Cultura Popular de Santa Engrácia terá lugar um debate sobre o Aborto. Endereço: Calçada dos Barbadinhos nº49-A, 1170 Lisboa;
30 minutos antes, a Real Associação de Lisboa dará início ao Jantar dos Conjurados em Carcavelos;
Dia 1 de Dezembro
Pela manhã:
Pelas 9H30*, realizar-se-á uma cerimónia no Forte de Santa Apolónia, organizada pela Junta de Freguesia de São João em Lisboa; *sujeita a alteração
Pelas 10H00, segundo a tradição dos tempos democráticos, costuma-se realizar uma romagem até ao monumento dos Restauradores;
Pelas 12H00, Missa na Igreja de São Domingos, inserida no programa do 1º de Dezembro - evocação aos Heróis da Restauração da Independência de Portugal - organizada pela SHIP;
Pelas 16H00, cerimónia de evocação aos Heróis da Restauração da Independência de Portugal, junto ao monumento dos Restauradores (ao Rossio-Restauradores) seguido da sessão solene e concerto no Palácio da Independência (coro de Timor, Malaca e Macau) - no Largo de São Domingos, ao Rossio;
Entre as 16 e as 17 horas, a Baixa Pombalina será palco de evocações patrióticas;
A TODOS OS PORTUGUESES, DIGAM PRESENTE!

terça-feira, novembro 28, 2006

É preciso pôr César no seu lugar


«Dar a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus»

Não há frase de Jesus mais citada mas quando é citada o sentido é sempre o mesmo:dar a César o que é de César.Dar a César o que é de César A segunda parte da frase é sempre esquecida. No entanto a segunda é bem mais importante do que a primeira. Cesar cada vez mais quer o que é dele , o que é nosso e não contente com tudo quer o que é de Deus.Cesar cada vez mais entra o dominio de Deus.´

É preciso pôr Cesar no seu lugar senão isto ainda acaba mal.

El fin de un mundo

«El fin de un mundo» na A Casa de Sarto

A soberania do Direito

“a soberania do Direito significa unicamente a soberania dos homens que impõem as normas jurídicas e se servem delas”CARL SCHMITT E BENITO CERENO Ficou ... no Je Maintiendrai

Esta a afirmação é de um simplismo aterrador.

A soberania do Direito significa exactamente o contrário.

Se olharmos para o Direito apenas como o que sai da Assembleia da Republica a afirmação estará certa.Mas isso é uma visão enviesada do Direito .Se olharmos para o Direito como o conjunto de leis escritas dos costumes e da tradição percebe-se automaticamente que o Direito é um bocadinho mais do que as normas juridicas que a fábrica de leis em S Bento pruduz para alguem se servir delas.

A formula que resume o direito é «a ninguem leses», A soberania do direito é a soberania deste principio.«A soberania dos homens que impôem as normas juridicas e se servem delas» é o contrario desta formula , é usar o direito positivo como meio intrumental para lesar alguem em favor de alguns.

Fernão Lopes clarifica este principio :«serem os maus castigados e os bons viverem em paz».

segunda-feira, novembro 27, 2006

A Turquia

Já fez dez anos que visitei a Turquia. Entrámos de barco pela belíssima baia de Marmaris, vindos de Rhodes; saímos de camioneta, onde uma hospedeira nos lavava as mãos com água de colónia, para a Pamukkale das piscinas naturais, brancas como o algodão,perto de Aphrodisias, onde tomei banho ao pôr do sol da Àsia Menor.Segui depois para Ephesos de S Paulo e Nossa Senhora, romana ,sede de uma das sete igrejas . Izmir foi a proxima paragem de onde partimos para Çanakkale já de automovel turco, passando por Pergamo e Troia. No Estreito dos Dardanelos pareceu-me ver o mar tingido com o sangue de Galipoli.Depois da magnifica cidade de Bursa chegamos a Istambul, Constatinopla ou Bizancio.

Fez-me lembrar Portugal nos anos sessenta,o cheiro a azeite dos campos da Trácia, as mulheres, de olhos verdes, a cantar, com os seus lenços garridos na cabeça, sentadas em cima da palha dourada nos atrelados dos tractores, os barcos coloridos de pesca, as sardinhas assadas , a segurança, a honestidade das pessoas, Istambul com os cacilheiros a ligar dois continentes e uma luz tão lisboeta .

Gostei, gostei muito. Aquilo não era Europa, mas era muito parecido connosco.Muito mais parecido do que a Alemanha.

Escravatura em África

domingo, novembro 26, 2006

O Mundial-Socialismo

"Ideally," he said, "you give economic freedom with tight political control. Political freedom will come when, with the improved economy, people are no longer hungry."

IF a country insists on having political freedom first, then its economy will grow at a much slower pace.
This, according to Washington SyCip, chairman of the board of the Asian Institute of Management.http://money.inq7.net/features/view_features.php?yyyy=2004&mon=02&dd=09&file=1
"Employees pay proper taxes, while their employers do not, further widening the income gap." Leaders in business and in government should set the examples by paying proper taxes. Because self-declaration of income may not be realistic, a more desirable alternative should be to "heavily tax evidences of wealth: houses, cars, travel, golf and sports clubs and even weddings," and other evidence of conspicuous consumption( Washington SyCiphttp://money.inq7.net/features/view_features.php?yyyy=2004&mon=02&dd=09&file=1

Para saber mais sobre este senhor: pagina do CFR http://www.cfr.org/bios/4077/washington_sycip.html

«Dans le siècle à venir, deux deuxiemes de la population active suffiraient à mantenir l'activité de l'economie mondiale.«On n'aura pas besoin de plus de main-d'oeuvre» estime le magnat Washington SyCip»
«Le piège de la modalisation»
Hans-Peter Martin, Harald Schumann , Solin 1997, pg 12

«L'expression «tittytainment» , proposée par ce vieux grognard de Zbigniew Brzezinski fait en revanche carrière.»...«"Tittytainment", selon Brzezinski, est une combination des mots entertainments et tits»...«Un cocktail de divertissement abrutissant et d'alimentation suffisante permettrait selon lui de mantenir de bonne humeur lapopulation frustrée de la planète»
ob cit pg 13

A Cleptocracia

''Kleptocracy is an obstacle to democratic progress, undermines faith in government institutions and steals prosperity from the people,'' President Bush said. ''Promoting transparent, accountable governance is a critical component of our freedom agenda.''

BOA PIADA....Ah Ah Ah continuemos...

«ON a warm afternoon in late September, Nursultan A. Nazarbayev strode across the tarmac at Andrews Air Force Base to board his private 767. Surrounded by an entourage of security guards and political advisers, Mr. Nazarbayev, the president of Kazakhstan, was heading home after an eventful visit that included a meeting with President Bush in the White House and a boating jaunt in Maine with the president's father, George H. W. Bush. He also attended a swank fete at the Capital Hilton Hotel where his hosts, the business mogul Ted Turner and former Senator Sam Nunn, praised him for closing a major nuclear test site»

«The money, doled out by American companies seeking access to Kazakhstan's vast oil reserves, went toward the Kazakh leadership's personal use, including the purchase of expensive jewelry, speedboats, snowmobiles and fur coats»

New York Times 5/11/2006

Afinal parece que evoluimos desde 1978...

A PARTIDOCRACIA

Parece ter sido escrito hoje...A PARTIDOCRACIA

sexta-feira, novembro 24, 2006

Não é desejável

«Também o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, numa decisão de 8 de Julho de 2004, em que se pronunciou sobre um caso de negligência médica num aborto terapêutico, teceu, entre outras, as seguintes considerações: “O Tribunal está convencido de que não é desejável nem mesmo possível actualmente responder em abstracto à questão de saber se o nascituro é uma pessoa no sentido do artigo 2º da Convenção” embora, “na ausência de um estatuto jurídico claro do nascituro, este não [esteja] privado de qualquer protecção no direito francês” (caso Vo c. France – Application nº 53924/00 [2004] ECHR 326, consultável em www.worldlii.org/eu/cases/ECHR/2004/326.html). »acórdão do Tribunal Constitucional sobre a liberalização do aborto

Ficámos a saber que Tribunal Europeu dos Direitos do Homem «está convencido que não é desejável» responder à pergunta se o feto é uma pessoa.

Percebemos que há razões, para muita gente, que não seja «desejável» responder a tal pergunta.O que não se percebe é que na dúvida, o tribunal constitucional , reconheça a legalidade do assassínio da possível mas não desejável pessoa.

Prudencia vem do latim «prudentid» que por sua vez ven do grego «phronesis» que quer dizer consciencia que por sua vez queria dizer compreender a diferença entre o bem e o mal.

O Tribunal, no mínimo não foi prudente, pode mesmo dizer-se que foi negligente, porque ao não saber se o feto é ou não pessoa permitiu a possível aprovação da liberalização do aborto até às dez semanas com a consequente destruição dessas possíveis pessoas.

Quando não se sabe, estuda-se. O que o Tribunal Europeu dos Direitos do homem fez ao decidir que não era «desejável» saber , foi decidir não estudar. Fala-se tanto do obscutantismo, este é um caso claro de obscurantismo, de covardia intelectual, decidir não saber porque não é desejável

Foi isto que o tribunal fez: decidiu não decidir nem estudar se o feto é ou não uma pessoa e na duvida liberalizou a sua morte

quinta-feira, novembro 23, 2006

Inacreditável...


























Estás a ser roubado?
Não chames a policia porque senão levas uma coima entre 74.48 euros e 748.20

segunda-feira, novembro 20, 2006

Mário Sottomayor Cardia

Depois de ler o Miguel Castelo Branco Mário Sottomayor Cardia e ouvir Marcelo Rebelo de Sousa, eu que nunca conheci o homem, lembrei-me de duas histórias contadas pelo meu pai.

Sottomayor Cardia era ministro da educação e era necessário expulsar uns comunas de um qualquer sítio onde não deviam estar. Telefonou para a Rua e pediu ajuda.
-Ò Múrias você apoia-os e eu já tenho uma justificação para correr com eles.
-Combinado.


´(Sottomayor Cardia tinha um grave problema na vista, provocado, segundo ouvi Marcelo Rebelo de Sousa no Domingo, por ter sido torturado na PIDE.)

Nessa mesma altura o dialogo entre o meu pai, Manuel Maria Múrias, e o então ministro continuou:
-O Sr Ministro passou as passinhas do Algarve com a PIDE...
-Realmente, quase me cegaram.Mas com razão. Cuspi na cara do agente que me interrogava, estava de óculos, ele deu-me uma bofetada e os óculos partiram-se nos meus olhos, ferindo-me.
Foi um acidente.

Há gente séria em qualquer lado. Deus o guarde ao pé de Si

Dilema

Tenho dúvidas , normal não é ? O Estado é ou não responsável pelas leis que produz e as suas consequencias?O Estado tem ou não o dever de indemnizar quem prejudica? Se sim quais as consequencias para o bem comum?

Agradecia colaboração de quem me lê.

Homens Bons

«A verdade é que precisamos de homens bons, e estes não abundam.» escreve Manuel Azinhal no O Sexo dos Anjos

Meu Caro Manuel Azinhal se estamos à espera de homens bons bem podemos esperar...

Mais do que homens bons precisamos de homens que queiram ser bons.

A ditadura dos inspectores

A ditadura dos inspectores João César das Neves naohaalmocosgratis@fcee.ucp.ptProfessor universitário

O nosso tempo é desconfiado. Um dos traços de carácter mais influentes e ocultos da nossa era é a suspeita latente dos cidadãos. Ao mesmo tempo, porém, a nossa sociedade céptica tem uma fé ingénua na lei. O resultado desta insólita combinação é que a vida hoje é regida, estatuída e restringida de uma forma que não tem paralelo em qualquer outro tempo e lugar.Existem regulamentos, decretos, portarias para todos os temas e assuntos. De vez em quando os jornais denunciam indignadamente a falta de regulamentação de uma qualquer actividade, manifestando assim esta patética exigência: os detalhes mais ínfimos da nossa vida têm de estar sujeitos ao minucioso controlo da legislação.Para que essas cláusulas sejam cumpridas existe um enorme exército de fiscais, inspectores e vigilantes que, em variados sectores, se dedicam a acompanhar, denunciar e punir a violação dos tais regulamentos.Tudo isto é feito, obviamente, em nome de princípios elevados: a saúde pública, qualidade alimentar, educação responsável, segurança nas estradas, combate ao crime, eliminação da corrupção, defesa do ambiente e mil outros objectivos louváveis.Mas o Estado democrático suporta aí um poder mais totalitário e minucioso que as piores ditaduras.O problema é que a lei é um instrumento grosseiro e brutal. Ela não consegue, de facto, substituir a adesão livre, a cooperação social, a honorabilidade pessoal. Assim, as leis têm muita dificuldade em promover os objectivos proclamados nos seus articulados.Quando chega um inspector a uma escola, não lhe interessa se os alunos são bem ensinados ou se aquela é uma comunidade educativa saudável e funcional. Ele tem é de medir as janelas, contar as sanitas, calcular os metros quadrados por criança. Se algum dos miríades de indicadores prescritos estiver fora do nível fixado pela lei da Nação, a escola é multada, obrigada a obras incomportáveis ou até fechada. Que os principais prejudicados por isso sejam os alunos é absolutamente irrelevante para os fiscais.Uma visita de inspecção a um restaurante ou loja alimentar não se ocupa da qualidade da comida ou da satisfação dos clientes. Tem é de registar os prazos nominais dos alimentos, observar as condições de exaustão de fumos, exterminar galheteiros, colheres de pau e outros instrumentos nocivos. Normalmente, a presença da Inspecção implica a destruição de toneladas de comida em excelentes condições, cometendo os fiscais um desperdício muito mais criminoso do que os que tentam evitar. Entretanto, os comerciantes são multados ou até presos, não por venderem produtos avariados, mas por terem nas instalações "condições de embalagem e refrigeração desadequadas".Naturalmente que os casos de sucesso atraem mais as fiscalizações. Uma empresa lucrativa, uma escola procurada, um festival gastronómico são presas apetecidas. E há sempre algum parágrafo por cumprir, o que alegra o estéril fiscal, satisfeito por revelar a fútil aparência do tal sucesso. Toda a criatividade, inovação, originalidade é contra os regulamentos. Só a mediocridade apática passa na inspecção.Já a Antiguidade dizia que a lei tem de ser aplicada com equidade. Esta virtude resume o bom senso do juiz na análise das circunstâncias concretas do caso. Quem viole a letra da lei com razões poderosas, justificáveis e até legítimas, deve ser absolvido. Mas como se pode exigir esta elevação a uma multidão de inspectores, em múltiplas visitas diárias? Aliás, mesmo que um fiscal seja sensato e compreenda as razões do incumprimento, o mais provável é que venha a ser denunciado como negligente ou corrupto por um colega zeloso. Os regulamentos são sagrados. A severidade, mesmo injusta e destruidora, é o sinal que consola a sociedade nos seus propósitos elevados.Devido à obsessão moderna pela saúde, educação, ambiente e outras abstracções, e sobretudo à enorme desconfiança em que vivemos, os inspectores têm uma autoridade que nenhuma outra classe possui. Eles são, ao mesmo tempo, detectives, acusadores, juízes e executores. Quanto mais elevado é o valor em causa, mais graves os efeitos. Hoje é concedido a funcionários o poder supremo de tirar filhos a seus pais.Os poderes regulamentar e inspectivo são muito mais eficazes que os poderes legislativo e judicial. Exagerados, ficam asfixiantes. A sociedade que substitui a confiança nos cidadãos pela letra da lei acaba na ditadura, por mais elevados que sejam os seus propósitos.
A ditadura dos inspectoresJoão César das Neves naohaalmocosgratis@fcee.ucp.ptProfessor universitário

segunda-feira, novembro 13, 2006

O fim da Justiça

A globalização

Era uma vez um agricultor que cuidava do seu pomar.Vivia perto de uma aldeia onde vendia no mercado a sua produção. Era considerado pelo povo, empregava muita gente e pagava bem e a horas. Um dia no centro da sua aldeia reparou numa loja para vender. Foi ter com o banco e comprou-a. Ia abrir na aldeia a primeira loja de sumos naturais.As suas laranjas, peras e maçãs forneciam-lhe a matéria prima.O negocio foi um sucesso, gente das aldeias vizinhas deslocavam-se para provar os seus sumos.O agricultor começou a enriquecer. Os seus trabalhadores e as respectivas familias eram os seus melhores clientes e a sua melhor publicidade. Todos eles conheciam os pomares, a forma como eram cultivados e a qualidade da sua fruta e dos seus sumos.

Até que um dia começou a aparecer no mercado, fruta mais barata - da China.Não era só mais barata, era muito mais barata. Na China gigantescas propriedades, hiper empresas agricolas de capital internacional e cotadas nas bolsas de Hong-Kong e Nova York, empregando centenas de milhares de chineses que trabalhavam 14 horas por dia a troco de um pires de arroz conseguiam, subsidiadas pelo governo, colocar maçãs, peras e laranjas, calibradas, coloridas e sensaboronas no mercado da aldeia a metade do preço.

O nosso agricultor, perante isto, abandonou o seu pomar,despediu os trabalhadores e começou a comprar para o seu novo negocio, que ia de vento em popa, a fruta chinesa.

A sua margem aumentou e os seus lucros subiram enquanto os seus antigos trabalhadores receberam o subsidio de desemprego.Depois chegou a crise. As vendas começaram a baixar, os seus clientes, desempregados, deixaram de comprar sumos e a falencia chegou de repente.

Sem peras, sem maçãs, sem laranjas, sem trabalhadores nem clientes, sem pomar e sem casa, encontrei-o no outro dia impecável no comboio. Tinha conseguido arranjar emprego, era gerente de uma loja de sumos. Com a sua experiencia foi facil bater a concorrencia dos que procuravam esse lugar - ganhava 500 euros - «nos tempos que correm nem era nada mau»- a empresa era chinesa , o seu chefe também,parecido, dizia ele com humor ,com as primeiras maçãs baratinhas que tinha começado a comprar e que lhe tinham dado tanto lucro.

sábado, novembro 11, 2006

O liberalismo

O principio básico do liberalismo é a defesa da liberdade individual. Nisto não discordo do liberalismo. O erro dos liberais é pensar que se alcança tal objectivo através do liberalismo.

É mentira.O liberalismo conduz à perda da liberdade individual por mais parodoxal que tal pareça.

Naturalmente os homens organizam-se . No mundo liberal perfeito cada organização concorreria com as restantes encontrando o tal equilibrio que conduziria à justiça . No mundo real as organizações mais fortes ocupam o espaço das mais fracas eliminando-as ,deixando multidões fora das organizações, desorganizadas , sozinhas .O subsidio de desemprego, a televisão e uns Mac Donalds resolveria o problema, segundo alguns dos amigos do nosso Presidente Este seria o resultado provavel do liberalismo se tivesse alguma vez sucesso-o fracasso. Nunca vai ter exactamente por causa disso .Não é possivel ter sucesso e fracassar ao mesmo tempo Ao contrario do que alguns engenheiros sociais pensam o Homem acaba sempre por se organizar nunca ficando definitivamente desorganizado. As organizações fracassadas extinguem-se mas outras surgem que não aceitam as regras liberais lutando contra o poder das vencedoras. O liberalismo conduz inevitavelmente à guerra mas antes esperneia desesperadamente ,diminuindo as liberdades individuais em nome da liberdade.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Utopias

Aceitando que a função do Direito é por natureza a limitação da liberdade e o Direito é o conjunto de normas que regulamentam o limite da nossa liberdade e da liberdade dos outros justiça será o equilibrio entre essas duas liberdades.

Procurar a justiça perfeita no mundo dos homens é uma utopia, não existe tal coisa,e já tinhamos a obrigação de o saber:«Só no Senhor há justiça»

Como não há justiça perfeita, a justiça que nós podemos desejar ter, é a possível.Imposível é com certeza alcançar a justiça através de injustiças.Talvez se consiga através de injustiças equilibrar o orçamento, talvez seja pragmático, e hoje politicamete correcto é defender a injustiça, fazer o mal para alcançar um bem mas cada vez que se faz uma injustiça, mais longe da justiça estaremos.

Quando o equilibrio entre a liberdade de cada um é alterado pelo estado, através de leis injustas, afastamo-nos da justiça. Quando os politicos criaram o Estado social através de leis que desequilibraram a relação existente entre os homens, transferindo responsabilidades que eram de cada um ,para o Estado, tornando cada um um irresponsável, ao invés de chegarem à justiça chegaram a este ponto em que a propaganda já nos conseguiu convencer que só atraves de injustiças se alcança novamente a tal justiça utópica.

Não se alcança. O que se alcança é novamente qualquer coisa de mais injusto do que a realidade existente.

Desde que se descobriu a revolução que a história do Homem anda aos circulos.Ditadura, Democracia, Ditadura, Democracia.

Nós temos tido sorte, nos ultimos cem anos , com os ditadores e azar com a democracia, noutros paises foi ao contrário.

Os nossos ditadores recentes procuraram sempre restabelecer o equilibrio social, mas só porque não eram revolucionários, tinham bom senso e não procuravam a perfeição num mundo imperfeito

Quando nos calhou um revolucionario tivemos a tirania, cheia de luzes, mas tiranica. A morte dos Távoras é um exemplo.

Andamos à roda. Já Sto Agostinho dizia que sempre que o Homem se afasta de Deus a História começa a derrapar e a fazer piões.

Ouvindo os governantes e o Presidente da Republica, todos eles estão convencidos que descobriram a polvora, a pedra filosofal,embriagados pelo poder, estão convencidos que nos conduzem para um Admiravel Mundo Novo , mais justo e perfeito.

Não conduzem. Conduzem-nos para a ditadura.O meu problema é que estou convencido que já esgotámosa nossa sorte e o proximo vai ser um iluminado sem senso nem cultura.Uma besta.

Ditadura não quer dizer tirania. Mas tirania quer dizer ditadura.

quinta-feira, novembro 09, 2006

O custo

Uma coisa que me aflige neste «debate» sobre o aborto é como no dialogo se acaba sempre a falar de dinheiro.Nos custos.Mas ninguem fala no valor do feto.Quanto e que vale um feto? Em euros?Acabando-se com o feto acaba-se com a vida futura desse feto, mas não só a dele, a dos filhos, a dos netos, bisnetos... até ao fim do mundo.

Ninguem sabe qual a importancia daquele futuro homem ou mulher na vida dos povos... ou dos seus netos...ou dos seus bisnetos.São milhões de seres humanos que nunca chegarão a nascer. Se a tetra avó do Fleming tivesse feito um aborto o Fleming não tinha nascido.

A importancia histórica de um aborto é coisa que nunca saberemos porque quem era para nascer não nascerá.

O mal que se faz a toda a humanidade é incomensuravel, não conseguimos por falta de meio de comparação saber o que vamos perder

Talvez a estatistica possa ajudar a perceber e quantificar essa perda.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Assaltos

O Juiz Garzon , especie de justiceiro do velho Oeste , conhecido pela sua coragem ao perseguir Pinochet (quando já estava fora do poder , velho e cansado) deu-lhe agora para perseguir um Banco Português.

Não há por aí um juiz que mande a policia assaltar um banco espanhol ?

Batota

Para um católico, muçulmano ou protestante a Lei de Deus sobrepôe-se a qualquer lei humana, a lei humana não pode ser nunca contra Deus.

Por isto, votar no referendo sobre o aborto é fazer batota. Nenhum católico pode aceitar como legítimo o resultado do referendo se os abortistas ganharem.Se houver referendo eu voto, mas faço batota.

Nenhum governo, nenhum Presidente tem legitimidade para pôr a votos a infamia.

Se Cavaco e Silva deixar que haja o referendo perde a legitimidade, lava as mãos como Pilatos, não assume as suas responsabilidades como Pilatos não assumiu.

Não aceito, nem eu nem o Papa, que a maioria tenha legitimidade para aprovar o assassinio em massa.

A teoria da conspiração

O Prof João César das Neves na Alameda Digital ataca a «teoria da conspiração» de forma dura:
«Partindo de um acontecimento perturbador, insinuam-se suspeitas, esboçam-se relações sugestivas, aduzem-se aspectos reais mas laterais, contrói-se um edifício atraente de meias-verdades, deduções deficientes, teorias possíveis. O resultado é infâmia»

Dá depois varios exemplos da infamia como o «Loose Change» e o « Código da Vinci» .

Segue o seu discurso explicando que o« fenómeno das «teorias da conspiração» manifesta o exílio da verdade, o problema do deserto da areia informativa. Após duvidar da existência da Verdade absoluta, o Ocidente agora não sabe em quem confiar. A coisa, por enquanto, ainda se limita a ociosos amantes de emoções fortes. Mas é já muito destruidora.»

Penso que há uma diferença fundamental entre o «Código da Vinci» e o «Loose Change» . Enquanto o primeiro parte de uma crime imaginário o segundo parte de um crime real.

E esta pequena diferença faz toda a diferença.As Torres foram mesmo destruidas. O Prof não sei quantos não morreu, não nasceu nem viveu.

Eu considero o «Loose Change» um filme desonesto,porque a partir de alguns factos constroi uma história inventada, apresentando-a como a verdade, mas importante, porque levanta uma serie de problemas reais. (E considero que o «Codigo da Vinci» faz parte da «teoria da conspiração». Conspiração tão velha que o seu mentor a primeira coisa que fez foi convecer um nosso avô a comer uma peça de fruta .)

Se tal procedimento não é sério, também não o é considerar que tudo o que o filme conta é falso.O filme não diz meias- verdades , diz verdades, diz mentiras e inventa.Se as mentiras e as invenções temos que as pôr de lado, as verdades e aquilo temos dúvidas se é verdade -ou mentira- não devemos nem podemos.

Temos que investigá-las e falar delas.Temos esse dever.

Do que eu não tenho duvidas nenhumas é que houve uma conspiração sustentada em mentiras para invadir o Iraque e segundo os jornais o resultado foram 600 000 mortos

Mas, Sr Professor, como o sr diz : «será credível que centenas de pessoas envolvidas em tão horrenda conspiração ficassem caladas? Algum presidente arriscaria tal barbaridade?»

terça-feira, novembro 07, 2006

Ao Corcunda

O meu amigo Corcunda diz que «o que existe são uns direitos justos e injustos».

Os direitos são por natureza adquridos. Mesmo a vida é adquirida, não se tem direito à vida antes da concepção. Nesse acto cada um de nós adquriu o direito de viver.

O que pode ser injusta é a situação juridica que deu origem ao direito . O direito em si não é nem pode ser injusto, porque é algo que pertence, a quem de direito.

O direito positivo serve para orientar o comportamento das pessoas. Não é possível orientar tal comportamento com leis inexistentes. Só as leis existentes, injustas ou justas, é que cumprem tal função.

Anular as situações juridicas criadas por leis injustas é tão injusto como as leis que lhe deram origem.

Vejamos o caso da lei das rendas:

Em 1975 foram congeladas, numa altura de inflação galopante o ministro Portas decidiu congelá-las.Em poucos anos ficaram completamente desactualizadas. Por causa dessa lei injusta muitos comerciantes ficaram com um valor, a diferença entre o preço real das rendas e o preço que as rendas teriam se tivessem sido actualizadas. Este valor foi roubado ao senhorio e dado ao comerciante . Injustiça clara. No entanto o comerciante vendeu este valor a outro comerciante que pagou essa diferença . Querer repor a situação existente em 1974 é criar uma nova injustiça roubando ao segundo comerciante o valor por ele pago ao primeiro. Se pensarmos que as rendas foram pela primeira vez congeladas em 1910 e há muitos contratos anteriores a essa data veja-se até onde teríamos que ir para repor toda a justiça e quantas injustiças não se teriam que fazer
até chegar aos tão proclamados justos direitos.

O Bin Laden acha que tem direito ao Al Andaluz. Não reconhece os nossos direitos adquiridos.O nosso direito a esta nossa Terra foi adquirido, à espadeirada é verdade , mas adquirido.O direito que eu tenho de cá viver devo-o à forma como o D. Afonso Henriques o adquiriu. Justa ou injusta não me interessa. É o meu direito ....adquirido pelos meus antepassadods.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Ao Corcunda

Os direitos adquiridos não são «direitinhos». É um principio fundamental do Direito. Tem a ver com aplicação da lei nova: uma lei que revogue uma lei antiga só pode ter aplicação a partir daquele momento, não pode ter efeitos retroactivos. Se a partir de hoje passar a ser proibido caçar e obviamente comer caça, não se pode penalizar quem caçou antes da entrada em vigor a lei e impedir quem tem caça em casa que a coma. Quem tem caça em casa, caçada legalmente ao abrigo da lei antiga tem o direito adquirirido de comer a caça que caçou.É da mais elementar justiça.

Outra coisa são os privilégios. O que a esquerda faz é misturar os dois conceitos. Um professor ter o privilégio de poder não dar aulas e receber o ordenado ao fim do mês não é um direito adquirido, é um privilégio adquirido.

Ser contra os direitos adquiridos é ser a favor da tirania pura e dura.É defender que o Direito Revolucionário se sobrepôe ao Direito . É o Jacobinismo em todo o seu esplendor
É permitir que a maioria parlamentar faça o que lhe passa pela telha sem olhar ao direito e à legalidade existente.

É «natural»...

O Manuel Azinhal no O Sexo dos Anjos dá-nos a noticia que« Miguel Sousa Tavares declarou ser favorável ao aborto, além do mais, porque «na natureza, quando não se pode manter a ninhada, são as próprias mães que eliminam algumas crias para as outras poderem sobreviver»».

Manuel Azinhal chega brilhantemente para ele.Não seria necessário acrescentar mais nada mas...não resisto:

O Miguel Sousa Tavares não é mãe , nem tem grandes hipoteses de o ser. É pai. O divorcio, se assim se pode chamar, é também coisa natural entre os leões.Os machos mais fortes quando ocupam o espaço de outro macho, tomam também conta do harém.A primeira coisa que fazem é comer os filhos das suas novas «companheiras».

As leoas poderiam manter a ninhada, não tem nada a ver com as sobrevivencia da especie, a razão é outra: sexo -as leoas ficam sem os filhos e tornam-se disponiveis mais depressa o que permite ao leão cumprir as suas obrigações de marido.

Penso que o Miguel Sousa Tavares ainda não chegou ao ponto de defender, que em caso de divorcio e novo casamento com filhos de tenra idade o novo «companheiro» almoce os filhos do anterior, porque é «natural», mas para lá caminha, com esses brilhantes raciocinios

quarta-feira, novembro 01, 2006

Numero de AAB clandestinos sobe 92%

O numero de assaltos clandestinos a bancos subiu 92% no ano passado(http://pt.novopress.info/?p=441), pondo em risco a saude dos assaltantes e dos funcionários bancários.Eu pergunto quanto é que vale uma vida? Pessoas desesperados procuram apenas garantir a subsistencia da sua familia e , graças à penalização que sofrem os assaltantes são obrigados pela lei a assaltar clandestinamente.
Não propomos como é obvio a total liberalização dos assaltos a bancos. (AAB) Há casos extremos de psicopatas que chegam a fazer 10 assaltos num mês.Ninguem com um minimo de consciencia pode aceitar a total liberalização dos AAB. Ninguem é a favor dos assaltos.Somos totalmente contra os AAB .Propomos apenas a sua despenalização após 4 semanas sem rendimentos e até ao máximo de uma vez por mês e com um tecto de 4000 euros sujeito ao pagamento do respectivo IRS, ajudando com isso a contribuir para baixar o defice..Queremos lembrar os nossos leitores que neste momento qualquer pessoa que cometa este crime é presa.Dada a situação economica do país é de acreditar que cadavez mais portugueses recorram a este método de financiamento . Os AAB são apenas isso:um método de financiameto, que por causa desta lei iniqua é ilegal e penalizado.

Podemos ser pioneiros, na Europa e no Mundo. Libertemo-nos desta cultura opressiva que penaliza os AAB

DESPENALIZAÇÂO JÁ!!!!

LADRÃO QUE ROUBA A LADRÂO TEM CEM ANOS DE PERDÂO