segunda-feira, julho 31, 2006

O drama de Israel


O drama de Israel é o drama da justiça. Como pergunta o Padre Seabra :
«É evidente que as relações entre os povos têm que ser baseadas na justiça. Mas a justiça quer dizer o quê? quer dizer repor o statu quo ante?Quer dizer punir todas as injustiças que foram cometidas no passado? »

Claro que não, a propria injustiça cria direitos, promessas que têm que ser cumpridas, contratos que têm que ser observados.

Israel nasceu torto,nasceu de uma loucura de uns iluminados. O que Israel fez é o que Bin Laden quer fazer, na nossa santa terrinha, com o Al Andaluz.Quiz repôr o que já não existia há dois mil anos , formando grupos terroristas, expulsando gente das suas casas,das suas quintas, das suas aldeias , separando famílias com a lei da bomba. Mas nasceu e ao nascer, nasceu gente, criaram-se raizes, fundaram-se familias, aldeias, vilas e cidades.Compraram-se lojas, ergueram-se fabricas, cultivaram-se os campos e aquilo que não era deles passou a ser.
Quem nasceu em Israel nos ultimos 50 anos não tem culpa dos pecados dos pais.Aquela terra é deles, tão deles como era dos avós dos palestinianos que foram roubados, expulsos e arruinados.

E é este o drama da justiça, ao contrário do que os israelitas fazem com os criminosos nazis, a justiça, como os iogurtes, tem prazo para ser aplicada

sábado, julho 29, 2006

subsídios para um «progrom»

O anti- judaismo é uma constante na história: as perseguições aos judeus constituem, a partir de Jacob, um dos grandes motivos do Velho Testamento.O fenómeno agrava-se no começo da nossa era cristã; atenua-se com a Revolução Francesa, toma de novo aspectos dramáticos no final do seculo XIX , atinge as raias da tragédia durante a II Grande Guerra mundial - e volta a imperar nos dias de hoje. Os judeus são perseguidos desde que a história é história, sob toda a casta de regimes, pelos motivos mais diversos, ao longo dos tempos fora; as perseguições parecem ser sempre um motivo patológico de todas as políticas nacionalizadoras dos estados onde o milinerário hebreu se acha na situação de ser considerado como minoria significativa. O problema judaico é sociológico na sua essência.
A primeira grande perseguição aos judeus deu-se n Egipto durante o reinado de Thouthmosis II (1485-1450 aC) .Tendo governado o Egipto, por intermédio de José durante a opressão de Hyksos(chefes estrangeiros) os judeus, quando os egipcios se libertaram ,sofreram as consequências do seu «colaboracionismo». Tinham- se tornado extremamente numerosos e fortes, e enchido aquela terra - diz a Bíblia; transformaram-nos em escravos - e em escravatura estiveram até lhes surgir Moisés. Daí em diante, opressores ou oprimidos, na Palestina ou na dispersão judaizando-se ou helenizando-se, os judeus têm sido sempre considerados como gente à parte, um quisto social onde quer que estejam, motivo de discórdia e de desordem a acabar em sangue.
Segundo alguns especialistas da matéria a melhor explicação para o anti- judaismo crónico encontra-se no Livro de Ester. Mardoqueu chefe dos judeus na Pérsia, recusou-se a prestar homenagem a Amam, herdeiro do Rei Assuero. O príncipe resolve vingar- se. Vai a Assuero e diz-lhe:
-Há um povo disperso por todas as províncias do Reino; que vive separado; que pratica outras leis e cerimónias; que despreza as tuas ordens. Não é do teu interesse deixar esta gente em sossego. Se te apraz, ordena a sua perda.
A Rainha da Pérsia, porém era Ester, a judía; Assuero desconhecia a nação da esposa; quando chegou o dia do pérsico pógrom, Ester revelou-se ao Rei e quem foi malhar com os ossos no patíbulo foi o perverso Amam. Lê-se na Bíblia:-na cidade de Susa mataram os judeus quinhentos homens, afora os dez filhos de Amam (...) por todas as província do Império, puseram-se os judeus a defender as suas vidas, matando os seus inimigos e perseguidores em grande número que chegaram os mortos a setenta e cinco mil homens (...). No dia 13 do mês de Adar (que é o duodécimo mês do ano judaico) começou a matança em toda a parte e cessou no dia 14 (...). Mardoqueu escreveu todas estas coisas resumindos-se numa carta, mandou-a aos judeus que habitavam em todas as províncias do rei (...) a fim de que no dia 14 e 15 do mês de Adar, passem a ser celebrados todos os anos e para todo o sempre com festas solenes. Ainda hoje se festeja em toda a judiaria a jovial matança.

Vem isto a propósito do espanto que se apossa das gentes todas as vezes que, num pais qualquer, aparece epidémico, um surto de anti-judaísmo. Os judeus consideram-se eles uma casta à parte, exigem para si um tratamento especial. Naturalmente criam atritos com as populações não judaicas. Quase sempre minoritários, são muitas vezes perseguidos. Por motivos religiosos; por motivos étnicos; por razões económicas; com pretextos de ordem social. Fechados em seu ghetto d'alma , pretendem ser e permanecer comunidade adentro da comunidade, os seus próprios juízes, afastarem-se os outros, coexistirem sem conviverem.O sionismo é , principalmente o reconhecimento de tudo isto, a tentativa de precipitar as promessas divinas, de forçar a mão a Deus, a maneira de obviar, internacionalmente, os problemas sociais criados pela existencia (metafísicamente, aliás)de judeus que não querem deixar de o ser.
Antropológicamente os judeus não são uma raça:há judeus chineses amarelinhos e com olhos em bico: há judeus pretíssimos como Samy Davis, rei do music-hall ; judeus loiros e com olhos azuis; há-os iguais a Nasser e ao Princípe Fílipe de Mountbaten, e ao velho Nerhu de ominosa memória. Há judeus semitas e judeus arianos- e até há judeus anti-semitas. Há judeus em todas as latitudes iguais a qualquer homem, tão bons ou tão maus como todo qualquer outro.Não há uma raça judaica.
Os judeus não representam um credo poilítico:- há judeus fascistas e até há nazistas; há judeus comunistas e judeus capitalistas;judeus sionistas e judeus anti-sionistas.Marx era judeu; mas o Barão de Rotschild também o era- porque os judeus, como judeus, não se dissolvendo na sociedade, vão-se marginalizando, ficando de fora lentamente até serem excluidos. Fundamentaram a revolução soviética - e são perseguidos por ela;ajudaram alicerçar a unidade alemã- e foram as suas maiores vítimas.
Há judeus riquíssimos e judeus pobríssimos.Judeus proletários e judeus plutocratas.Há judeus em toda a parte, imíscuidos em todos os cantos, no meio de todos os meios. Um judeu é um judeu - à frente de um banco ou em cima de um tractor.Socialmente distinto- não constitui porém uma classe social.
Linguisticamente, também os judeus não são uma unidade. O hebreu, apesar dos extrordinários e emociantes esforços das universidades israelitas é um língua mais morta do que viva, já incapaz de exprimir sintéticamente a maioria das ideias abstractas do nosso tempo e grande parte dos substantivos.Em Israel o falar dominante é o yeddsh, patois dos ghettos da Europa Central,espécie de pappamiemto feito de vocábulos hebraicos germanizados e de palavras alemãs, húngaras e polacas hebraizadas, liguanjar mestiço sem grande valor literario.O hebreu ficou-se na Bíblia e na Kabala, e em certa poesia neo-hebraica, poesia sinagogal que os judeus espanhois, anteriores a Israel cultivaram (diz-se) brilhantemente .Ao tentar ressuscitar o hebraico os israelitas de Tel-Aviv tentaram ressuscitar uma nação - porque, realmente, ainda hoje, os judeus se não podem considerar uma nação.
Dizem as estatísticasque a maioria dos judeus são agnósticos.Mesmo em Israel. Em Israel mais de 60% da população confessa-se religiosamente indiferente- porque os judeus já não são religião, os herdeiros de Moisés a quem Yavhé leu o Decálogo, os descendentes de Jacob os guardadores da grande aliança. São só judeus, etnia unida pela tradição dos séculos, sem grandes hábitos comuns - e um uso fundamental: - a circuncisão. Aí juntam-se todos. Os homens. Só vendo-os nus os reconhecemos. O judeu manifesta-se ao confessar o seu judaísmo - português ou francês, alemão ou polaco, católico ou protestante, maometano ou budista.
Não há portugueses judeus; mas há judeus portugueses. Não há católicos judeus; mas há judeus católicos. O judeu é quase só uma maneira de ser, uma distinção pessoal, uma sombra que anda com a gente. Num momento crítico a sombra vivifica- se, a distição materializa-se, a maneira de ser é maneira de estar, a existência é essencia. E aí se está à beira do abismo.

Quer tudo isto dizer que na teoria do anti-judaismo o único elemento contante é o judeu. De resto tudo muda. Mudam as religiões - mas os judeus são perseguidos; mudam os regimes - mas os judeus são perseguidos; mudam os sistemas económicos - mas as perseguissões continuam.
Para se ser judeu basta quase só desejar sê-lo - e colocar-se por aí, fora da comunidade nacional. O ghetto é, históricamente uma criação judaica, aproveitada pelo cristianismo para evitar, por um lado, o proselitismo natural duma gente que, teològicamente, se considerava povo de sacerdotes; e, por outro, para obstar as crises cíclicas de ódio popular que se manifestavam por dá cá aquela palha - como é o caso estranhíssimo do terrível progom lisboeta de 1506 em que, por motivos evidentemente fúteis, foram assassinados milhares de judeus. O judeu quer-se voluntáriamente no gehtto para resistir à pressão da sociedade em que se enquistou. Os gehttos foram, durante milénios, por toda a beira do Mediterrâneo, pela Europa fora até aos confins da Rússia, terra de Israel, o pantamar da Promissão. No Egipto e em Babilónia. Durante o Império de Alexandre e depois do Império Romano. Através dos séculos, pelos tempos fora, a cantar a Bíblia, relendo e treslendo o Talmude, obedecendo à Tora, revolvendo-se no Kabala, alimentando-se dos versículos messiânicos, sorvendo até à exaustão os seus sonhos de grandeza metafísica. Todos os anos, há mais de dois mil anos que, na véspera da sua Páscoa, alguns deles psalmodiam de dentro de si própios a gloriosa ameaça - no próximo ano em Jerusalém!... Lachana aba Ierouchala'im - ... E assim negam pertencer ao mundo social que os envolve - e nesse momento preciso fazem recair sobre si o espectro da perseguição. Para se ser judeu basta se querer negar a Cristo.

Manuel Maria Múrias
Publicado na «Política»

A Industria da Cultura

-É preciso industrializar o livro!-proclamava há dias António Quadros no lançamento da «Biblioteca Básica Verbo».Porque, deduzo eu, sem industrializar massivamente o livro não é possível embaratecê-lo, fazê-lo chegar às massas semi-iletradas promovendo-as culturalmente, para as poder apoveitar no esforço de desenvolvimento económico em que estamos empenhados.
É preciso , portanto, industrializar a cultura, planeando-a metódicamente, coordenando-a coerentemente para que trabalho de culturação dos povos seja eficiente e aproveitado.É preciso, portanto, como também quer António Quadros - criar o Ministério da Cultura que defina em amplas bases a escala das nossas prioridades culturais, situando-as no contexto planeado de Portugal, de maneira a que a cultura não seja o apanágio de um grupo, de uma casta ou de uma classe social, e se democratize, e salte à rua, pule nas praças, e se derrame imensa pelos quatros cantos do território. O velho Malraux ensinou-nos o caminho - tendo-o aprendido ele ao lado dos milicinos negros, enquanto se entretinha a bombardear as igrejas da Espanha que tanto amava.
Como é que se industrializa o livro? Talqualmente o fizeram o lançamento publicitário espectacular , cem mil exemplares no sescapartes, uma distribuiçao impecável, umas dezenas de título fortes. Fabricado em massa, adquiridos em massa o Camilo pode ser vendido ao preço da chuva, o Eça da mesma maneira, e assim o Nemésio, e o Paço d'Arcos, e o Branquinho da Fonseca e o pobre do Fernando Namora. Os prelos não param. Ganham os editores, ganham os livreiros, ganham os operários, ganham os escritores que podem profisionalizar-se - e ganha o púlico que passará a poder ler, ficando sem justificação para o não fazer.À obra extraordinária de alfabetizaçao do dr Veiga de Macedo, à vinte anos, àobra maravilhosa da Fundação Gulbenkian que Branquinho da Fonseca teimosamente iniciou em Cascais, junta-se agoraa vontade (e o poder) da «Verbo» e da Telesvisão. Ràpidamente e em força vamos ganhar mais esta batalha.

Como é que se industrializa a cultura, porém?Como é que se vão vender mais quadros, e mais esculturas,e mais bilhetes para o teatro e para o cinema, e mais ópera, e mais bailado, e concertos sinfónicos, e religião, e política, e tradição oral, e maneira de ser, e de viver, e de sentir?Como é que se vai distribuir impecàvelmente tudo isto, sem pararem os pincéis e os cinzéis, os músicos, os cantores e os bailarinos, os cineastas e os Igrejas Caeiros, os padres e os políticos, a história e a língua?
Criando um Ministério da Cultura que oriente, fomente, coordene, financie, superintenda, legisle a cultural portuguesa como o Malraux fez em França, como o Goebbels fez a Alemanha, como o Lunatcharski fez na Rússia.E haveremos de ter, depois, o nosso Jean- Louis-Barrault e as nossas Casas da Cultura. O nosso horrendo Speer e a nossa belíssima Riefenstahl. O nosso admirável Eisentein e o nosso entusiástico Maiakoviski.Lançaremos o cimento armado para o Céu O nosso Deus é progresso/O nosso coração é o tambor.
Tudo isto- e papel selado. Tudo isto - e o inevitável totalitarismo da burocacia. Tudo isto - e o Brave New World.Todos os meios didáticos de culturação assiva ao dispor do Ministério daCultura. Todos os meios pedagógicos de instrução ao dispor do Ministério da Educação Nacional. O B-A=bá para u m lado ; os museus, os teatros e os cinemas para outro.Uma ideia a presidir (a ideia de Nação como quereria com certeza o Goulart Nogueira), um fim a conseguir (a ditadura do proletariado, como o desejaria certamente, o dr ÓscarLopes), um caminho a seguir (o da originalidade da cultura, como o sonha Antóno Quadros).
Tudo certo. Tudo medido. Tudo revisto. Tudo calendado. Não há lugar para mais um, que a cultura é uma.
A democracia é verdadeira tentação. Mesmo quando descentralizada é para centralizar melhor, criando orgãos centrais de planeamento. Assim na política económia, assim na política cultural. O franco-atirador, o génio, o poeta, já nõ têm cabimento na sociedade socializante que nos suga.Mesmo os melhores, os mais livres, cultos e inteligentes (como António Quadros, por exemplo) se deixam seduzir. É o fascínio da eficiência. A miragem tecnocrática. O sonho de levarmos aos outroso que sabemosbom para nós:-o grande poema do Fernando Pessoa, o lindíssimo afresco do Almada Negreiros, a música de Joly Braga Santos.
E empastelamos tudo. Não podemos consentir o Mal, nem tolerar o Feio, nem aceitar o Pequeno. Precisamos de nos disciplinar, e ordenar, e desfilar.Trazer os ovos à nossa cultura eao nosso saber, às nossas poltronas e ao nosso frigorífico . À nossa Suécia aséptica e sem inibições.
É uma revolução estrutural.Não é apenas já, honradamente, querer levar o Camilo até Carrazedade Anciães, terra do meu avô, perdida no planalto. É querer obrigar os povos a deixarem de ser o que são para serem o que nós somos, tão bons, tão inteligentes - e tão sabidos .É conseguir, pela facilitação dos meios culturais a unidade cultural da Nação Portuguesa -um gigantesco programa único para o gigantismo do nosso gigantesco espaço cultural.
Se não nos lançarmos na ponta da unha no arrojado empreendimento, perderemos o comboio do progresso - como diria o dr Francisquinho Balsemão- e nunca mais nos achegaremos aos franceses, e aos alemães, e aos ingleses, e aos ingleses, e aos suecos, e aos dinamarqueses.Permaneceremos durante séculos macambúziose lôrpas, estúpidamente agarrados às glórias de quinhentos, ao Vasco da Gama e ao Infante D Henrique - incapazes, como se lamenta Manuel Gama, de pôr as nossas estrelas no Céu.
Ah!Como nós precisamos de lutar para sermos tão bons como os outros.O que nós precisamos de fazer para os transformarmos de raiz - estradas e pontes, escolas e bibliotecas, museus e galerias, planeamento económico e planeamento cultural , protecção a indutria quimicae rotecção à industria da cultura. Seremos capazes?

Manuel Maria Múrias
Publicado na «Política»

Para além...

«Para além de toda a metafísica e como simples verificação sociológica temos de afirmar que, embora frutos da Reconquista (e por isso mesmo) nós não somos portugueses por sermos católicos - somos católicos por sermos portugueses.»

Manuel Maria Múrias

(faria 78 anos no próximo dia 1 de Agosto)

Síntese

1-Os judeus abandonaram a Palestina nos ultimos 2000 anos.
2- Durante a 1ª Guerra decidiram voltar e voltaram depois da 2ª.
3- Formaram grupos terroristas para explusar os ingleses que tinham um mandato da Sociedade das Nações.
4-Expulsaram quem lá estava e nunca tinha abandonado a sua terra.
5- Imigraram em massa tornando-se maioria na terra dos outros.
6-Criaram o maior problema politico à face da terra.
7-A guerra já dura à cinquenta anos e vai continuar nos proximos cinquenta com tendencia a aumentar e alastrar.
8- Portugal não deve, de maneira nenhuma , envolver-se nesta guerra

Silly season, mas não só

Manuel Azinhal diz o que eu ia dizer Silly season, mas não só

sexta-feira, julho 28, 2006

Dr Cruz Rodrigues

Muito obrigado pelas palavras simpáticas

Pergunta

Se o Dr Pacheco Pereira defende o envio de tropas portuguesas para o Líbano porque é que não vai para lá?

Pergunta

Se a guerra é a continuação da política por outros meios, que política é que nós temos que nos leva a enfiar soldados portugueses no vespeiro do médio-oriente?

quinta-feira, julho 27, 2006

Alameda Digital






Parabéns Pedro e Inês é uma grande revista a "Alameda Digital",

O cão ladra mas a caravana passa

Queremos mudar o mundo, torná-lo melhor para os nossos filhos e netos,assustamo-nos com os tempos,indignamo-nos, revoltamo-nos ...

Temos um tempo , a que chamamos vida, mas queremos mudar os tempos.Achamos que mudamos os tempos...

Se os tempos são as vidas , as vidas dos outros; os outros, para os outros, somos nós : a caravana.

Só o presente existe, e o presente só é presente num espaço, no nosso espaço.

Parece que nos esquecemos desta evidencia, com a politica projectamos a nossa vida, procurando viver a vida dos outros. Vivemos fora de nós, fora do nosso tempo , do nosso espaço, vivemos no Líbano...Não vivemos a nossa vida, o nosso momento, o nosso presente, aquilo que realmente existe.

Indignamo-nos com as injustiças (dos outros) com a violencia (dos outros) com o ódio (dos outros).

Esquecemo-nos que os outros são mais ou menos como nós: vão na caravana a ladrar à caravana, convencidos que não vão na caravana.

Como o cão, não sabemos que fazemos parte da caravana, que fazemos parte dos tempos. Ladramos à nossa própria caravana, mordemos nos nossos próprios calcanhares.

O cão ladra a caravana passa, mas o cão vai com ela a ladrar, a resmungar.

Só temos que perceber que a caravana é nossa, e por isso temos que gostar dela, que é dentro da caravana que temos que viver.

Perguntemos é o que fazemos com o tempo e não com os tempos, o que fazemos com e no nosso tempo, com a nossa vida.

Pacheco Pereira no Líbano


Milão




Ir (e vir) a Milão por 60 euros?
É possível....
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terça-feira, julho 25, 2006

Tenho mais um santo

Morreu o meu padrinho irmão do meu pai.

Tinha ido vê-lo há pouco tempo ao hospital e estava a espera de sair de lá impressionado e triste.

Não foi isso que aconteceu, encontrei-o perfeitamentre consciente da situação mas alegre e feliz; mesmo feliz. Saí de lá feliz .
Quando morrer gostava de morrer assim.

Este meu tio era juiz e deixou a profissão por um dia ter sido obrigado a condenar alguem que considerava inocente. Era uma pessoa extraordinária.

Tenho mais um santo

quinta-feira, julho 20, 2006

O ódio

O que é terrível nesta guerra é o ódio.O ódio que cria é o resultado do ódio criado e o ódio criado vai criar mais ódio Se todo o amor vem de Deus, dizia Graham Greene, todo o ódio vem do Diabo, inclusivé, digo eu, o ódio ao próprio Diabo.

Se, se conseguisse, parar o tempo, transformar o momento presente em eternidade, mesmo no Líbano, os momentos bons, os momentos de amor, eram concerteza muito mais numerosos que os momentos maus, os momentos de ódio.

A unica forma de parar esta guerra, todas as guerras, é através do amor , através da soma de momentos de amor, de momentos pessoais, que todos somados param, pela propria natureza do amor, a guerra.

sábado, julho 15, 2006

Praias privadas

As praias não pertencem ao Estado, não pertencem às autarquias, como o ar e a água pertencem ao povo.
Dia de calor, dia de praia, milhões de portugueses acotovelam-se à procura de um bocadinho de areia. Mas todos?
Não, todos não, há uns privilegiados que têm praias privadas, praias onde a maioria dos portugueses não pode ir, praias maravilhosas que lhes foram roubadas, tendo sido entregues a um pequeno grupo de deficientes mentais.
Ao pé do Cabo da Roca há uma praia de dificil acesso: a Praia da Ursa, com varios penhascos plantados no meio do mar, areia de sobra é provavelmente uma das praias mais bonitas de Portugal.
Foi privatizada, entregue gratis a um género de pessoas com costumes diferentes da maioria : os nudistas, uns anormais
Dizem que só vai para lá quem quer, mas a realidade é diferente: quem quizer ir para lá e for normal não pode, só vai para lá quem gosta de andar nu; se eu quizer ir para lá com a minha familia não posso ou então transformo-me num anormal.

sexta-feira, julho 14, 2006

A Familia no Estado Novo

Sempre oportuno o Estado Novo :

1º) Favorecer a constituição de lares independentes e em condições de salubridade e a instituição do casal de família
2º) Proteger a maternidade.
3º)Regular os impostos de harmonia com os encargos legítimos da familia e promover a adopção do salário familiar
.4º) Facilitar aos pais o cumprimento do dever de instruir e de educar os filhos, cooperando com eles por meio de estabelecimentos oficiais de ensino e correcção ou favorecendo instituições particulares que se destinem ao mesmo fim.
5º) Tomar todas as previdências no sentido de evitar a corrupção dos costumes

Estamos mesmo a precisar de um Estado Novo

As Mães

Aurora nasceu no sábado, dia 8, lá longe na cidade de São Paulo.Passei à categoria de avó e, muito mais importante, a Catarina iniciou essa aventura, combate e milagre que é ser mãe.Revi as interpretações várias que, nas últimas décadas, foram dadas da maternidade. Lembrei-me dos primeiros tempos da faculdade e das paladinas da mulher sem filhos, abertas que começavam a estar as portas para as carreiras profissionais, o controlo biológico do corpo, a autodeterminação, em suma!Quem é que pensava ser mãe entre a agitada vida académica, a participação política e contestatária, a possibilidade de pontuar nas grandes discussões e até, porque não?, uma fuga para Katmandu?No meu meio, bastante burguês valha a verdade, as "meninas" comoviam-se com a perspectiva maternal. Queriam casar e ter filhos, o que fizeram na sua maioria, tornando-se profundamente maçadoras com intermináveis conversas sobre problemas de dentição e máximas do Dr. Spock.A classe média, pelo seu lado, despertava então para as maravilhas da sociedade de consumo e desejava ter filhos como o bebé Nestlé, pelo que se impunha bastante parcimónia a fim de fazer render o dinheiro para propiciar a cada rebento a parafernália - então almejada e hoje obrigatória - própria de um recém- -nascido: camas desmontáveis, andarilhos, cadeiras anatómicas, brinquedos, biberões, aquecedores de biberões, esterilizadores, máquinas de vapor, loções várias, cotonetes, fraldas descartáveis e um sem número de farinhas e purés.No bairro onde eu vivia e vivo, havia pobres.Mulheres pobres, mães de inúmeras crianças mais pobres ainda. Eram pobres visíveis que as estatísticas não procuravam sequer disfarçar, numa época em que para a pobreza só havia, como paliativo, a caridade. Estes pobres eram periodicamente objecto de grandes discussões, em que uns advogavam que os pobres não deviam ter tantos filhos e outros, alegando a hipocrisia de tal afirmação, afirmavam que não devia haver tantos pobres.Casei-me muito cedo.Vejo agora à distância que não tinha qualquer preparação para quase nada, do muito de fantástico (bom e mau) com que a vida me distinguiu.Desejava os filhos mas odiava a gravidez, nove meses de uma convivência complicada que me deixava impaciente e cheia de complexos de culpa.Quando nasciam e eu os agarrava, vinha- -me à cabeça este pensamento terrível: e agora? Sabia que era preciso prolongar aquele parto por muitos anos, empurrando-os com jeito para a vida. Que era preciso protegê-los mas dar-lhes auto-estima; chamá-los meus mas respeitar a sua autonomia e a sua identidade; mimá-los mas torná-los resistentes às vicissitudes do destino; dar-lhes o exemplo mas não os esmagar com estereótipos; proporcionar-lhes condições de êxito mas evitar-lhes o peso de um coração duro. Como fazer? Quem é que me educara para educar?Enquanto provedora, as crianças trepavam por mim acima, agarrando-me, puxando-me os brincos e os colares cujo brilho era irresistível naquele pequeno mundo de sombras tentando perigosamente desatar nós de abandono e fazer laços de afecto.A montante, na Alfredo da Costa, foram as mães que me agarravam as mãos, as que não queriam os filhos, as que não podiam sequer querer os filhos, porque não tinham nem emprego, nem casa, nem companheiro, nem família. E as que tinham medo. E aquelas cujos bebés não eram "perfeitinhos" e desnorteadas viam o mundo desabar em seu redor. E as que choravam porque tinham perdido o bebé. E as que vinham para interromper voluntariamente a gravidez. E que também choravam. Que dizer? Quase sempre só o silêncio e os gestos podiam, com vantagem, substituir as palavras.Recordei, na minha filha, todas as mães.Muitas histórias de coragem, de amor e de esperança, protagonizadas por heroínas anónimas em quotidianos difíceis. E pensei na filha da minha filha. De como tínhamos cumprido a nossa renovação geracional. E com ela, fechado um ciclo e aberto outro.

Maria José Nogueira Pinto
Diario de Noticias
14/7/2006

quinta-feira, julho 13, 2006

Os moderados

«Uma posição moderada só existe por comparação com outra mais extrema» Os moderados no Sexo dos Anjos

Choque tecnológico

O Eng José Sócrates diz que vai modernizar o país (nem que seja à porrada... presume-se)

Para o Sr Primeiro Ministro modernizar quer dizer computadores

Os computadores são uma ferramenta importantíssima, como os tractores também o são, mas como ferramenta que são só têm utilidade se facilitarem o trabalho.

Comprar um tractor para tratar de uma horta com 50 metros quadrados é uma estupidez
Querer colocar um computador num sapateiro é complicar a vida ao sapateiro, em vez de arranjar sapatos vai ver umas pequenas minsantropas, reduz a produtividade, é mau para o sapateiro,é mau para a economia e é mau para o país.

quarta-feira, julho 12, 2006

Selecção IRS

Politicamente correcto é aplaudir o ministro e pedir a revisão da lei.

-Então os jogadores, esses malandros, não querem pagar IRS sobre os prémios que recebem?

O problema é que há uma lei que prevê isentar de IRS os prémios que os atletas de alta competição recebem por serviços relevantes prestados ao país, com a autorizaçãodo sr ministro.

Esta isenção tem toda a lógica de ser - os prémios a que a lei se quer referir são os prémios dados pelo estado(e não pela federação como é o caso), por exemplo ao Carlos Lopes e à RosaMota- são subsidios por resultados.

O que não é lógico é o estado prometer pagar um prémio de 5000 contos e depois entregar só uma parte.

Se usassem o mesmo sistema para o cinema e o teatro - prémios por espectadores- em vez de
subsidios- poupavamos uma pipa de massa.

terça-feira, julho 11, 2006

Não... ao referendo

A unica maneira de participar no referendo sobre o aborto, para pessoas como eu, que consideram o aborto um homicidio, é não participar.

Aceitar que se pode referendar a legalização do homicidio é aceitar o seu resultado. Votar no referendo é legitimar o seu resultado seja ele qual for.

Perante esta realidade aconselho toda a gente a votar , com a consciencia plena que o acto de votar é fazer batota pois nunca vamos aceitar o resultado como bom se nos for desfavorável.

A GM, a lei, os direitos adquiridos e as justas expectativas

Toda a gente está de acordo que a GM deve indemnizar o Estado Português
Porquê?
Porque é do senso comum, é do direito e é da moral

Ao abrigo da Lei em vigor a GM e o Estado Português fizeram um contracto que criou direitos , direitos adquiridos, e deveres.Esses direitos e deveres deram origem a expectativas, a justas expectativas .

A GM vai embora , a GM não cumpre aquilo a que se comprometeu, a GM tem que pagar.
É justo .É coerente.

O que já não é justo nem coerente é que o mesmo Estado que considera justo receber uma indemnização por essa empresa não cumprir os contractos, ache admissível alterar leis que alteram contractos, (caso da lei das rendas comerciais) ache admissível não cumprir contractos,( caso das reformas) ache admissível que a lei quando é a seu favor deva ser cumprida, quando é contra não possa ser cumprida.

É proíbido ser pobre

Juntou-se à discusão O Pasquim da Reacção que levanta o problema da soberania.

Quando se diz que na monarquia o soberano é o Rei e na democracia o soberano é o povo isso não é verdade em termos práticos

Só na monarquia absoluta é que o soberano era o rei. Antes disso o soberano era a lei e a lei para além do direito positivo eram os costumes. A lei não mudava, era estástica, e o Rei estava lá para fazer cumprir a lei. O poder vinha de Deus e o Rei era obrigado a cumprir a Lei de Deus.A soberania estava na Lei.Pode-se chamar a este Estado Juridico o Estado de Direito

Com o poder absoluto as coisas mudaram se a origem do poder era Deus que delegou o poder no Rei o Rei podia alterar a lei fazendo leis contra a propria lei, legislando contra Deus. Acabou o Estado de Direito e foi fundado o Estado Soberano.

Quando se dá a Revolução Francesa o poder dos revolucionários não vem da lei, não vem de Deus, nem vem do Povo, vem do Estado que eles conquistaram, o Estado já tinha o poder e foi esse poder que eles tomaram.

As Revoluções e as eleições subsequentes não alteraram em nada a origem do poder. O poder está no Estado, é a cabeça do Estado que é preciso conquistar. O poder do estado não é pluralista : é absoluto. O que é pluralista é o acesso ao poder.

As Revoluções são golpes de Estado ilegais as eleições são golpes de estado legais

Mas alguma coisa mudou nos ultimos anos: (na teoria pelo menos ) o estado passou a ser obrigado a cumprir a lei.Os Governos e os Parlamentos não podem fazer leis contra a propria lei. A ciencia juridica aperfeiçoou-se e o estado começou a ser, mais ou menos, obrigado a cumprir a lei.

Estamos neste momento numa altura de mudança em que os campos se alteraram: temos uma direita revolucionária e uma esquerda reacionária.

A maioria da direita defende hoje o fim do primado da lei, o fim do estado de direito - o estado tem que ter o poder para alterar a lei com efeitos retroactivos - o poder tem que ser absoluto - a lei existente é nula porque contra a eficacia.

Quem organizou a sua vida tendo por base o regime juridico vigente ... tramou-se. A ordem existente é má...o presente é péssimo, o mundo é horroroso - é preciso criar uma nova ordem, mais eficaz, mais perfeita, mais rentavel.

O ideal de um Admiravel Mundo Novo persegue-nos - temos quer ser ricos - é proibido ser pobre

segunda-feira, julho 10, 2006

A Revista

Continuam a haver saudosistas a querer ressuscitar o teatro de Revista. Para haver Revista são necessários vários ingredientes: empresários, autores, compositores, actores e censura.
A Revista vivia das graças politicas e das piadas ordinárias com segundo sentido. A criatividade dos autores estava aí, na capacidade de usar o talento dos actores para criticar o governo sem nunca o nomear, de conseguir, sem um palavrão, de contar as histórias mais brejeiras, de transmitir ao publico a critica ao moralismo, ao pedantismo, ao novo riquismo, a personagens concretas da sociedade caricaturando-as
Com a liberdade de ser ordinário e reles - passou-se a dizer o que não se dizia e perdeu-se a graça, passou-se a fazer o que não se fazia e morreu a revista

Se querem ressuscitar o teatro de revista auto-censurem-se, puxem pela imaginação dos autores e o talento dos actores.Têm um bom exemplo no Quim Barreiros:é um sucesso, é genuinamente português, não diz um palavrão tem piada, é castiço e o povo adora-o.

Todo o personagem é bem construido, o bigode, o chapéu, o acordeon, o ar gingão -o malandro verdadeiro, português em todo o seu esplendor

Um Catecismo Anarca?

O meu caro amigo Manuel Abrantes insiste que todas as Leis são para cumprir, e isso, torno a repetir, não é verdade.

Eu sei que não é politicamente correcto dizer isto mas pode haver leis que não são para cumprir, e não sou eu que o digo, é o Catecismo Da Igreja Católica:

«Se acontecer os dirigentes ditarem leis injustas ou tomarem medidas contrárias à lei moral, tais disposições não podem obrigar as consciencias.«Neste caso, a própria autoridade deixa de existir, degenerando em abuso de poder»
Catecismo da Igreja Católica nº 1903

sábado, julho 08, 2006

LEIS SÃO LEIS E PARA CUMPRIR

O amigo Manuel Abrantes diz no http://estadonovo.blogspot.com/ que LEIS SÃO LEIS E PARA CUMPRIR.

Ora, não pode haver coisa mais errada do que esta afirmação. As leis iniquas são leis , não são para cumprir e são para as combater até à sua destruição se necessário sacrificando a propria vida

Todo o sistema comunista foi apoiado no Direito Positivo, leis iniquas que proibiram a propriedade que proibiram a religião, que proibiram a liberdade de fazer , de criar, de amar, de rezar. Os regimes comunistas foram legais, reconhecidos pela grande maioria dos paises do mundo e com cadeirinhas na ONU


Foi com uma lei que Herodes mandou assassinar os recem nascidos, foi com uma lei que Hitler consfiscou os bens aos judeus, foi com uma lei que Stalin arrancou milhões de pessoas das suas terras e casas, é com uma lei que o regime hibrido da China impede que as familias tenham filhos.

As leis são feitas por homens : boas quando são feitas por homens bons, más quando são feitas por homens maus e estupidas quando são feitas por homens estupidos.

A nossa liberdade está aí : somos livres de cumprir ou não a lei : se a lei nos mandar matar os nossos filhos, não a devemos cumprir ; se a lei nos mandar abandonar as nossas casas, não a devemos cumprir; se a lei nos mandar matar os filhos dos outros (caso dos médicos nos hospitais com o aborto) não a devemos cumprir

Leis são Leis mas há dez que se sobrepôe a todas :

São os Dez Mandamentos

São só dez e temos todos as maiores dificuldades em as cumprir.

sexta-feira, julho 07, 2006

Uma ideia

Não é só uma ideia é uma grande ideia.

Serial Killers

Ser a favor do aborto não faz ninguem assassino, como ser a favor do holocausto de judeus não faz ninguem serial-killer.

São opiniões...

Tanto o aborto como o holocausto são antes de mais nada problemas morais: saber se para atingir aquilo que alguem considera um bem se pode praticar o mal.

Os alemães achavam os judeus maus, intrinsecamente maus, perniciosos, acusavam-nos de financiarem os seus inimigos, de serem responsaveis pela morte de milhões de alemães e decidiram matá-los . Achavam-nos maus e foi por isso que os mataram, mataram-nos aos milhões... O bem era acabar com os inimigos o mal era mata-los indiscriminadamente. Puseram o bem e o mal na balança e acharam que o mal justificava o bem.Matá-los na Alemanha , no meio de Berlim, era incomodo, desagradavel, por isso mandaram-nos (para ninguem ver) para longe da vista no asseptcismo de uma camara de gás cremados depois em inceneradoras (sem corpo não há crime)

Hoje em dia ter filhos é mau para o bolso dos pais,é incómodo dão chatices, choram à noite, as casas são pequenas, não se pode comprar aquele carro ou aquele plasma. Olhando só para isto não há duvida, é mau ter filhos, é bom ter mais dinheiro , ter condições . Quem não tem condições não pode ter filhos . Como matá-los depois de nascerem ( por enquanto) ainda é considerado moralmente errado, mata-se antes (para ninguem ver) longe da vista no assepticismo de uma clínica, cremados depois em inceneradoras (sem corpo não há crime)

Ambas as opiniões partem do mesmo principio errado: que se combate o mal fazendo o mal.
2000 anos depois não perceberam ainda que o mal é a ausencia de bem.

Bandeira de todos nós

quarta-feira, julho 05, 2006

O «sistema»

Afinal, ao contrario do que escrevo no post anterior , o Scolari também se queixa do estado, não do estado português, mas do estado que é a FIFA.

Perdemos, não, porque não marcámos golos, mas por causa dos jogos de secretaria.
Percebe-se que o Scolari quer é unir o grupo, criando um inimigo externo, procurando mostrar aos jogadores que não basta ser melhor, é preciso ser muito melhor.

Perdemos porque não marcámos, não marcámos porque não fomos suficientemente bons para ultrapassar os obstáculos que foram a França e o «sistema» - é esta a mensagem do treinador -e para dentro do grupo é positiva, moralizante - para o próximo jogo não basta sermos bons é preciso sermos muito bons.

Temos que lutar contra a Alemanha e contra o «estado» - e temos que ganhar - apesar de tudo.

No País é a mesma coisa, temos que ganhar mas mais do que ganhar temos que tentar e esforçarmo-nos

terça-feira, julho 04, 2006

Dava jeito um Scolari à frente do país

Olhando para a Selecção não posso deixar de pensar o que é que aqueles homens têm que o resto do País não tem.
São os segundos melhores da Europa e já estão entre os quatro melhores do mundo.

A resposta não é dificil : eles têm Scolari. A selecção tem um chefe .

Mas não só : esse chefe tem liberdade. Liberdade de chefiar. O regulamento interno da selecção é feito por eles. Os horarios são feitos por eles. Estão concentrados no trabalho. Não têm que ir à camara, ao ministério. Não perdem tempo em burocracias, não têm que meter requerimentos, autorizações, informações previas.
As multas são pagas entre eles e gastam-nas no fim, numa almoçarada que fortalece o grupo ,cria laços e nascem amizades.

Cria-se uma comunidade, sã, forte e independente

O Estado não os chateia, facilita-lhes a vida. Não se intromete. Não escolhe os jogadores.

Para nós que não somos da selecção as leis são outras

Infelizmente temos que olhar para o Estado como um obstaculo Mas os obstaculos fazem parte a vida das comunidades . Tambem a selecção teve os seus e ultrapassou-os

Cada empresa, cada organização não pode desistir - não pode parar à minima ou maxima dificuldade .

No Hipismo os obstaculos estão lá para serem saltados.
Se no futebol não houvesse obstaculos não havia jogo

O proximo obstaculo da Selecção chama-se França
O nosso chama-se Estado

Vamos ultrapassá-los e chegar à final

PS: Mas que dava jeito um Scolari à frente do país isso dava...

Desarmamento e revolução passiva

Desarmamento e revolução passiva um grande artigo de Olavo de Carvalho no blog de George Bush (Jorge Arbusto em Português) Direita Conservadora

Aliança Nacional

A Aliança Nacional fez três anos na blogosfera nacional.

Os meus parabéns e que conte muitos

segunda-feira, julho 03, 2006

Corram-nos à pedrada

O Sr Fernando Ruas Presidente da Associação de Municipios Portugueses perante as queixas das Juntas de Freguesia dos funcionários do Ministério do Ambiente largou um grito de revolta:
-Corram-nos à pedrada.

Era bom que o Sr Presidente da Republica e o Sr Primeiro Ministro dessem a importancia devida a este desabafo, a esta revolta latente que se instala na sociedade portuguesa.

O que é que leva o Presidente dos Municipios, o Presidente dos Presidentes das Camaras, o Presidente dos Presidentes das Juntas a apelar à revolta violenta contra as regras e regulamentos inventados por doutores sentados nos ares condicionados do Terreiro do Paço e de Bruxelas?

Ouvimos a entrevista do Vice Presidente da AIP e por aquilo que ouvimos há muitos empresarios, muitos empreendedores, muito industrial,muito padeiro e merceeiro, muito corrector da bolsa que pensa o mesmo que o Sr Fernando Ruas - pensa mas não diz .... por medo , mas vai enchendo... vai aguentando ...é como uma panela de pressão a aquecer...

O grito do Sr Fernando Ruas é o primeiro assobio da panela, a entrevista do Vice presidente o segundo - o Estado com o seu fole continua a dar oxigenio ao lume e vão-se começar a ouvir silvos cada vez nais ruidosos ,que aumentando de tom e de cadencia vão-se tornar insuportaveis - se não baixarem o lume a panela explode.

O Professor Cavaco devia dar a devida atenção ... Porque a panela somos nós .

Baixe o lume Sr Presidente, baixe o lume...