segunda-feira, julho 10, 2006

A Revista

Continuam a haver saudosistas a querer ressuscitar o teatro de Revista. Para haver Revista são necessários vários ingredientes: empresários, autores, compositores, actores e censura.
A Revista vivia das graças politicas e das piadas ordinárias com segundo sentido. A criatividade dos autores estava aí, na capacidade de usar o talento dos actores para criticar o governo sem nunca o nomear, de conseguir, sem um palavrão, de contar as histórias mais brejeiras, de transmitir ao publico a critica ao moralismo, ao pedantismo, ao novo riquismo, a personagens concretas da sociedade caricaturando-as
Com a liberdade de ser ordinário e reles - passou-se a dizer o que não se dizia e perdeu-se a graça, passou-se a fazer o que não se fazia e morreu a revista

Se querem ressuscitar o teatro de revista auto-censurem-se, puxem pela imaginação dos autores e o talento dos actores.Têm um bom exemplo no Quim Barreiros:é um sucesso, é genuinamente português, não diz um palavrão tem piada, é castiço e o povo adora-o.

Todo o personagem é bem construido, o bigode, o chapéu, o acordeon, o ar gingão -o malandro verdadeiro, português em todo o seu esplendor