terça-feira, junho 30, 2009

Melhorou muito mesmo assim...

«A autoridade aparece-nos hoje sob a figura de um funcionário por trás de uma grade de ferro e investido dos mais amplos direitos, incluindo o de nos transformar em militares ou de nos mandar apanhar com tijolos no mais aceso de um revolta ou com estilhaçoss de aço nos campos de uma batalha.
Este personagem é eterno, imutável, identico a si mesmo, duma extermidade à outra do território. Na planicie ou na montanha, na Ilha de França ou na Lorena, ele aplica os mesmos regulamentos e recebe os mesmos impostos.É todo poderoso porque a sua especie é numerosa, porque toda a gente tem necessidade dele, porque os seus decretos são apoiados por uma polcia activa por uma magistatura dócil e por numerosos regimentos.
Recenseia, regista e espiona.Conhece os nossos rendimentos e inventaria-nos as heranças. Sabe se possuimos um piano, um cão ou uma bicicleta,Instrue os nossos filhos e fixa-nos o preço do pão.Fabrica-nos o fósforo e vende-nos o tabaco que fumamos.É industrial, armador,comerciante e médico.Tem arquivos, florestas,caminhos de ferro, hospitais e o monopólio ds telefones.Monopoliza a caridade.Se pertencermos ao sexo masculino, manda-nos comparecer na sua frente, pesa-nos, mede-nos, examina-nos o funcionamento do coração, dos pulmões e do figado.Não podemos dar um passo ou fazer um gesto sem que ele tenha conhecimento disso e encontre um pretexto para intervir.Um milhão de franceses, pelo menos, está ao seu serviço, dois ou três milhões são subsidiados por ele e os outros aspiram a sê-lo.Toda a gente resmunga mas obedece;e, quando um dos seus agentes é maltratado por um cidadão descontente, não hé senão uma voz para anatemizar esta audácia e pedir prisões e juizes para tal sacrilégio.»
Pierre Gaxotte
A Revolução Francesa