sexta-feira, junho 16, 2006

O mercado é «liberal» mas...

Em 1963 abriu a fabrica da General Motors na Azambuja, pensada para produzir para o mercado interno. Fabricava três camiões à hora da marca Bedford .

Chamava-se na altura ao mercado , mercado nacional.Quem nos quizesse vender tinha cá que fabricar. E eles vinham para cá...

Agora o mercado é global, quem nos quizer vender só tem que ter preço. Vai pois fabricar onde é mais barato ou onde lhes dão mais «incentivos»

De «incentivos» em «incentivos» os carros estão cada vez mais baratos para as marcas e para os consumidores e mais caros para os estados e os contribuintes

Para liberalizar o mercado é preciso «incentivar» O Estado portugues «incentivou» a General Motors em muitos milhões de euros : No fim vai-se embora e ainda nos fica a dever 30 milhões de «incentivos»

Qual foi o valor dos «incentivos» que a General Motors recebeu?

Alguma coisa está errada neste sistema:

Quem quizer vender no Continente, na Makro ou no Pão de Açucar tem que pagar. Paga «taxas de entrada em linha» paga «topos», paga «destaques»,paga «aniversarios». O mercado é livre mas para entrar no mercado tem que se pagar. Se a GM quizer vender no Continente tem que pagar, se quizer vender na Makro tem que pagar .

O mercado é global mas na casa de cada um manda cada um.

Para se fabricar em Portugal Portugal paga, para se vender em Portugal Portugal paga (IKEA).

Isto está errado. Para se vender ou fabricar em Portugal deviam ser eles a pagar...

A General Motors vai-se embora? Talvez esteja na altura do nosso Governo negociar com a GM uma taxasinha de entrada em linha para vender OPELS em Portugal, uma contribuiçãozinha para o Dia de Portugal, um investimento anual, um rappel, uma contribuição pelo «destaque» que têm os stands nos centros das nossas cidades

Se a GM passase a pagar uma «taxa de linha» para vender em Portugal pensava duas vezes antes de retirar a fabrica de cá

O mercado é «liberal» mas como o Eng Belmiro de Azevedo sabe na casa de cada um manda cada um.