sexta-feira, junho 09, 2006

Que confusão...

Pode-se dizer que há duas concepções de pluralismo:
a) Uma , falsa, que defende que o pluralismo é possibilidade de aceder ao poder do estado (poder este praticamente absoluto e portanto não pluralista) por parte de varias facções ou partidos que disputam eleições.
Aqui o que é pluralista é o acesso ao poder e não o poder

b) Outra, verdadeira, que defende que o pluralismo é a organização da sociedade «segundo as funções sociais »(1) que cada organismo desempenha na sociedade dando a cada um o poder de eleger os seus representantes na governação do pais.

A sociedade é plural por natureza.Só num estado totalitário a ordem é a disposição conveniente decidida por um grupo de individuos ou um individuo.(é o que se está a passar agora, cá no burgo)

S Tomaz dizia que a ordem «é a disposição conveniente de muitas coisas»; essas coisas existem na sociedade, cabe ao Direito dispô-las convenientemente.

Como? Não retirando a cada um aquilo que é dele, «o direito de cada um ter a liberdade de empregar, sem prejudicar o seu proximo, os meios convenientes a realizar o seu bem e o do proximo».

Quando eu digo que um partido nacionalista é um paradoxo politico e explico porquê não estou a defender o partido unico , o que eu digo é de tal maneira obvio que só não vê quem não quer ver.Pode haver partidos do que se quizer, nacionalista é que não pode, porque a partir do momento que passa a ser partido deixa de ser nacionalista, deixa de defender a Nação para passar a defender uma parte da Nação .

Quando eu digo que nenhum partido vai alguma vez resolver os problemas de Portugal é porque isso salta à vista.

O problema de Portugal é o Estado. Tivessemos um estado do tamanho que tinha em 74 e não tinhamos problema nenhum e estavamos todos ricos.(A despesa do estado de 73 a preços constantes (e com guerra) é igual ao defice de hoje) A causa do problema é o poder que o Estado tem. Se o Estado não tivesse o poder que tem não tinha crescido da maneira que cresceu;porque cresceu à custa do resto da sociedade e o resto da sociedade foi impotente (sem poder) para travar o crescimento.

O que se passa é que quem chega ao topo do estado promete muito antes de lá chegar mas quando lá chega tira o lapis de detrás da orelha faz umas continhas e como não consegue ir contra metade da população que depende do estado esmifra o resto da sociedade que não tem qualquer poder para se opor.

(1) Pio XI Quadragesimo anno