segunda-feira, julho 09, 2007

O palácio

Tenho pena de não ser livre - e medo de o ser. Muito do que escrevi – é apenas metade daquilo que sinto e vejo. Cada um de nós, no seu lugar que ocupa na sociedade tem um ponto de vista, cada um de nós, por isso mesmo, vê coisas diferentes. Perceber o que o outro vê – tentar perceber o outro - é um esforço, que devia ocupar cada um de nós.

Se Portugal fosse um palácio – com as suas diversas salas, diversos andares, a cavalariça e a sala de estar – as suas diversas comunidades e interesses a ocupar cada espaço - verificamos que algumas pessoas ocuparam sempre a mesma sala da sociedade – outros andaram de sala em sala. Estiveram em baixo, nos currais, e em cima na sala de visitas – limparam as casas de banho e foram convidados para os coktails na piscina Tiverem ideias, certezas, que se mostraram erradas- quando mudaram de sala.

Perceber o terror que se instalou em algumas salas deste palácio – só percebe quem lá está. Ver o terror a alastrar pelas salas – só percebe quem anda de sala em sala.

Tentar perceber o que é que se está a passar nas outras devia ser um dever de quem está na sala de jantar a comer croquetes e a dar palpites.