Refrear a soberania popular
De então para cá, dessacralizado, o poder voltou a ser um instrumento na inteira disponibilidade da racionalidade humana: de um, de alguns, ou da multidão. Perdeu um critério superior de limitação e de aferimento valorativo. Exerce-se em nome da razão e já não em nome de um valor transcendente. É e será, por isso, o que essa «racionalidade» ditar, mesmo que passe por cima dos direitos individuais mais elementares, o que, de resto, faz frequentemente sem escrúpulo, em nome da totalitária «razão de Estado» ou da democrática «vontade da maioria».Por conseguinte, quer Ele exista quer não (não é isso que está, ou que alguma vez esteve verdadeiramente em causa na arte do poder), a ideia de Deus é capaz de voltar a ser necessária se quisermos refrear a soberania. deus ou rousseau? uma escolha liberal no Portugal Contemporaneo
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