quarta-feira, maio 03, 2006

Operação Farol da Guia

Dez detidos, 19 armas de fogo apreendidas, das quais 13 caçadeiras, uma pistola de nove milímetros, duas de calibre 6,35, 500 munições, 22 carregadores de nove milímetros e dois silenciadores. Este é o balanço da operação conjunta levada a cabo ontem pela PSP de Lisboa, Polícia Judiciária Militar (PJM) e Ministério Público ao Bairro da Quinta da Marinha, em Cascais, no âmbito do combate ao tráfico de armas. A "Operação Farol da Guia" decorreu durante mais de cinco horas, envolvendo 600 agentes do Corpo de Intervenção, do Grupo de Operações Especiais e do Núcleo de Investigação Criminal e 150 viaturas. Esta acção surge na sequência da investigação levada a cabo pela PSP de Cascais,. Mas não só. Na base desta estão também os vários processos nas mãos da PJ e que indiciam a existência de tráfico de armas de calibre de guerra naquela zona. Aliás, durante a manhã, chegou a ser afirmado por alguns elementos da polícia que teriam sido apreendidas armas de calibre de guerra, mas os dados da PSP não confirmaram isso. Segundo explicou ao DN o subintendente Filipe Pereira, que coordenou a operação, "o balanço alcançado é positivo e a acção mostra o esforço feito por várias entidades policiais no combate a este tipo de crime". Por outro lado, sublinhou, o dia de ontem serviu igualmente para "garantir à população que a polícia está cá para dar segurança e que consegue entrar em locais que, à partida, muitos dizem estarem vedados às brigadas". O subintendente reforçou que o objectivo subjacente à acção no Bairro da Quinta da Marinha é o de servir o cidadão, "fazendo com que um maior número de armas saia de circulação". 200 mandados e só 138 buscasDe acordo com os dados provisórios divulgados pelo Comando Metropolitano de Lisboa já ao início da noite, foram ainda feitas 138 buscas domiciliárias, apesar de os magistrados terem chegado ao bairro às 07.00 munidos de 200 mandados de forma a poderem efectuar buscas em todas as casas.Mas a "Operação Farol da Guia" começou um pouco antes, por volta das 05.00, com o breefing para todas as forças que nela participaram. A chegada ao bairro deu-se antes das sete da manhã. As primeiras equipas a sair foram as do CI, que cercaram o bairro, impedindo que mais alguém entrasse ou saísse. Depois, avançaram as do GOE, que apoiaram os elementos do núcleo de investigação criminal da PSP, que actuava à paisana, e dos magistrados nas rusgas a todas as casas dos bairros. As equipas cinotécnicas da PSP também estiveram presentes para que, com o apoio dos cães, fosse possível detectar a existência de droga e de explosivos. A ordem de retirada chegou ao terreno quando eram 12.15: as brigadas de apoio, CI e GOE, começaram então a descer o bairro em fila. A operação correu de forma pacífica. Mas, antes, agentes à paisana não escondiam alguma insatisfação. Esperavam encontrar mais.

Foram detidos 250 imigrantes ilegais, todas mulheres, que se encontravam dentro das residencias a «trabalhar a dias»O presidente da Ordem dos Advogados já protestou junto da Comissão dos Direitos Liberdades e Garantias, por um «claro excesso de zelo»138 portas de residencias foram destruidas à marretada, mandatos em branco foram exibidos sem morada nem numero da porta. Marques Mendes e Paulo Portas pediram com urgencia uma sessão parlamentar para discutir «os abusos cometidos». Francisco Louçã , em declarações à comunicação social, afirmou :«congratulo-me com esta iniciativa do Governo mas pergunto: e a Av de Roma ? Campo de Ourique? A Lapa ?o Estoril?- é manifestamente pouco para quem diz que quer combater a grande criminalidade.Gostavamos tambem de saber quem é que avisou os moradores da rusga policial»