sexta-feira, março 16, 2007

Revolução Portuguesa

«Há que arrostar, neste caso, com o imobilismo preguiçoso dos políticos que se limitam a ter como teoria do Direito e do Estado, formas da sua organização e da sua actuação; e não vão ao fundo do problema, à contestação do próprio Estado como único poder, como único dispensador de todos os bens morais e materiais, como única fonte do direito e de legitimidade, como único representante de soberania. Uma teoria pluralista — dizia um dos maiores pensadores políticos do nosso tempo — ou é a teoria de um Estado a realizar a sua unidade pela federação dos grupos sociais ou não é senão uma teoria da desintegração ou da refutação do Estado. Limitada à simples liberdade pluralista de expressão é uma contradição em termos, um não ser em si, uma praxe semeada de contradições, a ruína a curto prazo, o golpe de estado previsível — a ineficiência do dogmatismo tenente do poder.»

MMM

Se eu fosse alguem , se fosse um homem de cultura, com diplomas, palavras difíceis, autores na ponta da língua, saberes desaparecidos, teses defendidas, se fosse par entre os pares, universitário prestigiado, Doutor, Professor tinha, provavelmente, o talento para vos explicar este parágrafo, assim só posso explicar com o que me vai na alma

Defende-se aqui, de forma genial, um caminho para a situação política actual. Uma acção politica conservadora nos métodos e revolucionária nos objectivos: a verdadeira Revolução Portuguesa.

Quando Manuel Azinhal defende que é preciso «dar voz aos grupos sociais ameaçados» está a reconhecer que é necessário devolver o poder aos grupos.

Todos os partidos sabem e sentem o poder dos grupos sociais. Antes das eleições seguem-nos, fazem suas as propostas deles, eleitos, imediatamente os esquecem. Quando Paulo Portas diz, (agora!!!) que é preciso escutar a sociedade, está a querer aproveitar-se oportunistamente das causas dos povos. Sabemos que, assim que for eleito, os esquece, por razões de estado, descobre novas realidades e tudo o que prometeu é engavetado. Ou já nos esquecemos do Paulinho das feiras? Ou do Manuelinho dos pescadores?

E porquê? Porque pode, tem o poder e os grupos que o tinham assim que votam perdem-no.

E é aqui, neste ponto, que está a hipocrisia do sistema. Os deputados dizem-se, hipocritamente, representantes da Nação, quando todos sabemos que são única e objectivamente representantes dos Congressos Partidários.

È por isso, preciso querer mais. É necessárioo restaurar a Casa dos 24, dar poder aos grupos, às organizações, à família, às Misericórdias, às empresas, é necessário que cada grupo tenha realmente poder politico, que cada deputado represente realmente cada grupo e não como agora que nos representam a todos sem representar ninguém.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

caro Francisco
e que tal reavivarmos, com as forças que nos estão de sobra, uma verdadeira DIREITA, distante dos PNR´s, CDS´s e PND´s?
Esse sim, o verdadeiro projecto que se impõe.

cumprimentos

Rui Santos

9:14 da manhã  

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