Não peço licença para pensar.

Há duas coisas que são tabu e que desqualificam quem fala delas:

1- Teorias da Conspiração.
2- O Diabo.

Eu falo das duas e, se eu tivesse ambições politicas, esse facto arrumava-me definitivamente.

Falar das teorias da conspiração como do Diabo são, para a maioria das pessoas, sinais evidentes de paranóia, mania da perseguição, sintomas de patologias graves no campo psíquico. Se os russos, por acreditarem que quem não era comunista era maluco, internavam em hospitais psiquiátricos os seus inimigos, dentro de pouco tempo falar do Diabo ou de conspirações internacionais abrirá a porta para os melhores hospitais psiquiátricos do país.

O problema é tão grave que, perante evidencias , as pessoas pensam, mas não falam. Ou não pensam o que é ainda pior. Não discordam, não discutem , não apresentam argumentos .

Coitado!!

O mimetismo é uma característica humana, a tendência a concordar com o que se pensa que a maioria pensa faz parte da natureza humana. A experiência foi feita:

7 pessoas numa sala. 6 contratados para dizer que uma barra mais curta era maior que a mais comprida.
Na primeira série de barras o nosso homem ( o não contratado) disse que a barra mais comprida era a mais comprida mas ouviu todos os outros a afirmar que a barra mais comprida era a mais curta. Ficou espantado, incrédulo –o que é que se passava com ele?
À segunda hesitou, mas voltou a afirmar que a barra mais comprida era a mais comprida enquanto todos os outros afirmavam o contrario e olhavam para ele com desdém

À terceira já não hesitou, juntou-se à maioria a barra mais curta passou a ser a mais comprida.

O nosso homem pensava que a maioria pensava que a barra mais curta era a mais comprida. A maioria não pensava isso, pensava exactamente o contrario mas afirmava o oposto.

Eu como não sei o que é que a maioria pensa vou pensando pela minha cabeça.

-Como diria o meu avô: Não peço licença para pensar.