Temporariamente sós
«Do que ficou dito é possível concluir que, no que diz respeito às relações luso-americanas, o período de maior fricção e isolamento foi bastante curto, durando pouco mais de um ano. Não que os efeitos desta crise não se tenham feito ainda sentir durante mais alguns anos e não tenham deixado marcas, mágoas e desconfianças mútuas, algumas das quais não seriam de todo apagadas. Mas, na verdade, julgamos não se poder falar numa inversão de fundo e definitiva da política seguida pelos norte-americanos para com Portugal desde a segunda Guerra Mundial. Isto é, após aquele "ano horrível" de 1961, Portugal não sentiu da parte dos Estados Unidos uma pressão suficientemente incómoda para fazer perigar a estabilidade do regime e a continuação das Guerras Coloniais. Tanto mais que, nos anos seguintes, correspondentes à administração de Lyndon Johnson (1964-1968), esta tendência se confirmou. A política adoptada pelos Estados Unidos em relação a Portugal a partir de meados de 1962 iria ser reforçada ainda mais durante a Presidência de Johnson, podendo Porugal contar com uma verdadeira "neutralidade colaborante" por parte dos americanos no que respeita à sua política colonial e, por conseguinte, ao essencial da sua política externa. Por isso, pode mesmo dizer-se que, no que respeita às suas relações políticas e diplomáticas com os americanos, durante o período em análise os portugueses não se encontraram "orgulhosamente sós", mas antes "temporariamente sós".»
"Orgulhosamente Sós"? Portugal e os Estados Unidos no início da década de 1960 Comunicação apresentada ao 22º Encontro de Professores de História da Zona Centro, Caldas da Rainha Abril de 2004Luís Nuno Rodrigues
"Orgulhosamente Sós"? Portugal e os Estados Unidos no início da década de 1960 Comunicação apresentada ao 22º Encontro de Professores de História da Zona Centro, Caldas da Rainha Abril de 2004Luís Nuno Rodrigues
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