Lembrando Manuel Maria

Lembrando Manuel Maria , porque era por Manuel Maria que os amigos o tratavam, que os meus tios o tratavam, que a minha mãe o tratava.
Este discurso representa a última vez que a Direita teve hipóteses de ser representada no sistema político. Foi uma batalha perdida, era uma batalha perdida, e ele sabia-o. Totalmente consciente foi à juventude (que éramos nós) que se dirigiu no final:

«Que as minhas últimas palavras sejam para vocês, jovens que me escutam.Sobre vocês recai a tarefa imensa de assegurar o futuro. Sobre vocês recai a concreta responsabilidade da vitória. Desta vitória e das que virão depois. Viverei o bastante para vos ver vencer - e, pelo que sofreram todos os homens da minha geração, tenho o direito de vos exigir a vitória.Portugal é vosso. Não viverá muito quem não vos aclamar no poder. Assim como recebi o testemunho das mãos de meu pai, assim ele vos será entregue já, para caminharmos juntos. Sereis vós quem irá à frente, iluminando~nos a inteligência e a vontade, e instilando-nos a vossa valentia. Portugal pertence-vos. Nós somos apenas os mais velhos - o que não é virtude. Se quiserdes, voltaremos a ser o que fomos, archote da civilização, anunciadores de Cristo no Mundo, dilatando a Fé e o Império.Não vos peço que me sigam: exijo-vos que me empurrem! Por vós seguirei em frente, pelos novos caminhos que ireis descqbrir na luta de todos os dias.Lembrai-vos que o que há para defender não é apenas a memória gloriosa dos que fizeram a Naçao. Lembrai-vos que o que há para defender é o futuro, o povo miúdo que não desarma, esta Terra e esta Gente que nos deu o ser e nos fez o que somos.Vós sereis a nossa decisão - esta vontade inabalável de reencontrar Portugal e o entregar intacto e estuante de grandeza ao povo admirável que o moldou com o barro da terra, com as lágrimas dos olhos, com o sangue de quantos, aqui e além-mar, mereceram morrer por ele.Rapazes!Iluminai-nos o caminho! Erguei bem alto a chama da Pátria eterna! Nós precisamos do vosso alento, da vossa coragem - da vossa própria vida! Caminhai para a vitória! Portugal é vosso! Devolvei-o aos Portugueses!
VIVA PORTUGAL! »

Não o devolvemos.Preocupados em «ganhar a vida» estamos a perdê-la. Longe da realidade, consumidos pelo racismo e pelo ódio, estamos a entregar Portugal à plutocracia mundial.
Sem percebermos o que é que vai na alma do Povo discutimos o passado e no presente o que nos preocupa é o presente dos outros: do Líbano... do Iraque...Sem politica externa, nem oposição, Portugal está a ser enredado na enorme teia da política externa americana. Com o exercito na Bósnia, no Afeganistão e brevemente no Libano temos cada vez menos meios de projectar o país, de defender o país, de ter uma politica externa.

Asfixiados pelo Estado, desmoralizados pelas dificuldades legais deixamos que tudo aconteça sem um protesto.

Leis que confiscam a propriedade (a lei das rendas, promulgada por sua Excelencia o PR que impede a venda de quotas), leis que regulamentam até ao mais infimo pormenor a vida das empresas e cada vez mais a vida dos particulares ("Caça à Badeira nas praias) todas aceitamos, tudo aceitamos enquanto discutimos o sexo dos anjos.Porque isto não é intelectual,não é cultural.
A Direita está muito «fina», muito «chique», muito «aristocrata« para discutir a «vidinha», só discute grandes temas , temas que não interessam ao «povinho».

Enquanto isso vão fodendo a vida ao «povinho» , carregando-o de impostos, de regras, de e de regulamentos.

O totalitarismo democrático avança, sem ninguem perceber, sem ninguem protestar .

Lutar contra isto é quixotismo e ninguem quer ser o D Quixote.