terça-feira, maio 09, 2006

O sistema perfeito de Liberdade



Estamos em 1945 e a Alemanha ganhou a guerra. Milhões de mortos mas, segundo Hitler, «A Europa era livre novamente e estavam criadas as condições para os Povos da Europa escolherem novamente os seus dirigentes ».

Foi criado um Comité de Sabios para redigir a nova Constituição Europeia, uma Comissão Europeia eleita livremente pelo estados membros da Nova Europa procurava tornar comum o direito positivo a todos os Povos Europeus. Tinha nascido a União Europeia .

Foram formados partidos europeus. O proprio Partido Nacional Socialista dividiu-se em dois, ambos financiados pelo Estado. O do Hitler e o do Hess .Multinacionais politicas tratavam de financiar em cada Nação os partidos locais.

A liberdade era total, qualquer associação se podia legalizar como partido bastando para isso possuir um numero minimo de assinaturas.

O problema, que certos extremistas teimavam em não deixar morrer, era que para ser financiado pelo Estado tinham que ter um Grupo Parlamentar, para ter um Grupo Parlamentar tinha que se ter votos, e para ter votos era preciso ter dinheiro para comprá-los.

Saber quanto custava um voto era fácil : dividia-se o montante gasto em campanha pelo total de votos conseguidos.

Todos eram livres de apresentar às eleições os partidos que quizessem mas, para fazer chegar as propostas ao Povo, era necessário muito dinheiro (que só os grandes partidos conseguiam através do financiamento estatal e das multinacionais da politica), era necessário que os jornais, a televisão e a rádio fizessem a cobertura das conferencias de imprensa, era necessário que os comentadores, normalmente ligados ao sistema, através das suas analises politicas afirmassem que os novos partidos iam ganhar as eleições, coisa impossível,que por isso nunca acontecia. Todos eram livres de votar em quem quizessem , mas os eleitores só votavam em quem pudesse ganhar. O voto útil funcionava, pois como os comentadores afirmavam, votar nos novos partidos «era deitar o voto ao lixo»
Comissões de especialistas regulavam a a vida das pessoas até ao mais infimo pormenor. Tinham proibido os galheteiros, obrigavam os peões a andar de colete reflector, as crianças eram amarradas nos bancos traseiros dos automoveis, sistemas computarizados do estado fiscalizavam onde é que os contribuintes gastavam o dinheiro e prendiam quem fugisse com um marco ao fisco.
Hitler proclamava «O Estado somos nós»

O ultimo país a entrar na União Europeia tinha sido Portugal. Um tal Salazar, campónio, parolo e atrazado tinha conseguido durante 48 anos atrazar o processo

Guerras de libertação nas colonias portuguesas, financiadas pela União Europeia, levaram o Povo português ao cansaço mental. A oposição, miseravelmente perseguida, tinha-se instalado em França , na nova França.

Mario Soares um jovem e brilhante advogado gritava, do Quartier Latin, que Portugal «remava contra os ventos da História»

Deu-se finalmente o 25 de Abril , foi feita a decolonização e Portugal aderiu finalmente à União Europeia

Hitler tinha negociado com o primeiro-ministro de Portugal , (o tal Mario Soares) , a entrada desse pequeno país. Prometeu-lhe que construiria auto-estradas se abandonassem o império, prometeu-lhe um lugar no parlamento europeu (um sitio obscuro de que a unica coisa que os cidadãos sabiam era que quem fosse para lá ganhava 3000 contos por mês), prometeu-lhe que construiria a maior fabrica de automoveis da europa , mas em troca eram desmanteladas todas as empresas da industria pesada portuguesa, os pescadores vendiam os barcos, os agricultores receberiam dinheiro para não cultivar, para portugal comprar (muito mais barato) os produtos alemães e das empresas alemãs.Tinham proibido a matança do porco, os chouriços caseiros , o bagaço foi taxado (custava tão caro como o whisky).Ia agora legalizar o aborto e a eutanasia. Milhares de imigrantes ilegais invadiam a europa e eram colocados em campos de concentraçao. Uma rede de arame farpado iluminada circundava a europa. Mas os Europeus estavam contentissimos com o sistema. Era uma democracia, em que as minorias se podiam organizar em partidos e concorrer às eleições. Era um sistema de mercado politico; grandes multinacionais politicas financiavam os partidos de cada pais A do Hitler financiava as que o seguiam a do Hess financiava quem o seguia. Era o sistema perfeito de liberdade.

8 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Existem realmente momentos de inspiração!
Categoria! Sim senhor!
E o povo é quem mais ordena!
ahahahah!

7:11 da manhã  
Blogger Nacionalista said...

Gostei da parte da rede de arame farpado ;)

5:56 da tarde  
Blogger Francisco Múrias said...

A questão é quem é que está preso.

Quem está dentro da cerca de arame farpado ou quem é que está fora?

3:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Genial!!! Genial!!!

Bela analogia e excelente sentido de humor, vou imprimir e divulgar o máximo possível!

Falta apenas, na minha modesta opinião, um pequeno pormenor no final do texto:

Entretanto, havia um acólito, de apelido Múrias, que tinha um blog onde explanava a sua inspiração divina com o propósito de unir todos os povos e todas as raças, sob a bandeira imperial portuguesa, e que se propunha a fazê-lo divulgando a doutrina universalista do Vaticano.

Morreu pouco depois de Cruz Rodrigues sem deixar nada para as gerações vindouras além das recordações, que ficaram seladas no seu diário, dos tempos em que se alimentou das tetas da pretinha e... um blog.

9:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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