A ideia como elemento ôntico primordial do Estado
«Não é preciso ser-se um grande idealista para imediatamente reconhecer que o elemento ôntico mais importante do Estado é a ideia desse Estado, e não a população ou o território.»
«É a ideia ou conjunto de ideias que os cidadãos de um Estado, na sua generalidade, fazem da realidade humana social que eles constituem; ou melhor, a ideia do porquê, do como e do para quê do facto da sua convivência. Todos os homens que se acham reunidos em grupos sociais de larga duração e estabilidade, como é o Estado, têm de qualquer maneira, mais consciente ou inconscientemente, um conjunto de ideias, crenças, concepções e representações em que, como dizia Ortega, esses homens vivem. Essas crenças dizem respeito à natureza dos interesses, fins e valores que os mantêm agrupados, eles, as gerações que os antecederam e ainda aquelas que virão depois. É a isso que chamamos aqui ideia, num sentido não exclusivamente intelectual, mas também vital e existencial»
Cabral Moncada «Filosofia do Direito e do Estado»
Atlandida Editora 1966
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