quarta-feira, abril 25, 2007

Eles sabem...

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Anonymous Anónimo said...

Segundo as «notícias» vindas a lume, os «insignes» investigadores basearam-se em documentos do século XVI do arquivo espanhol de Simancas, a Torre do Tombo lá do sítio.

Ora, segundo vários historiadores, a batalha de Alcácer-Quibir foi perdida precisamente por traição espanhola, por ordem de Filipe II, após o que foi classificado como «minuto vitorioso», em que estivémos prestes a ter uma das maiores vitórias militares da nossa História.

D. Sebastião tombou, muito ferido, após horas de luta titânica. Os seus validos encenaram então um dos mais velhos truques da arte da guerra, conhecido no xadrez como «roque»: a troca do Rei pela Torre. Ou seja, despiram a armadura ao Rei e vestiram-na a um cadáver desfigurado.

Foi esse corpo irreconhecível que os cavaleiros portugueses prisioneiros «reconheceriam» sob coação e que, três anos mais tarde, Filipe II traria num cortejo interminável para sepultar nos Jerónimos. Uma manobra de propaganda maquiavélica, cujos ecos perduram até hoje. Tanto é que a própria inscrição no túmulo coloca sérias dúvidas acerca da identidade dos despojos: «Si vera est fama», está lá escrito.

Na verdade, o Rei terá chegado de madrugada às portas de Arzila, de onde seria embarcado numa nau a caminho de Portugal Continental. Vinha em coma, e seria desembarcado no forte do Beliche, perto de Sagres, receando os seus que não aguentasse a viagem por mar até LIsboa.

Durante longos meses, esteve a ser tratado pelos frades do convento de S. Vicente, escondido por se recear por sua vida (quando a Armada chegou a Lisboa, já estava novo rei posto, seu tio D. Henrique, cardeal inquisidor-mor com fortes tendências hispânicas). Depois, o seu destino esfuma-se no «nevoeiro», aparecendo aqui e ali, havendo vários documentos que atestam a sua sobrevivência, pelo menos até 1632.

Três breves papais, sendo o último datada de 20 de Outubro de 1630 e com a chancela do Papa Urbano VIII, dão conta da estada do Rei D. Sebastião nos palácios pontifícios do Vaticano e no Castelo de St. Angelo, na presença do Papa. O último breve ameaça inclusivamente Filipe IV de excomunhão se ele não entregar o Reino de Portugal ao seu legítimo suserano, D. Sebastião.

Um documento da Casa de Bragança, fazendo parte das memórias de D. João IV, dá conta da estada de D. Sebastião no Paço de Vila Viçosa, em 1626, falando pessoalmente com D. Teodósio, o então Duque de Bragança.

Ninguém viu morrer o Rei. E o único documento que dá conta da sua morte é por demais suspeito. Os espanhóis tinham interesse no desaparecimento de D. Sebastião, e os «documentos» de Simancas são a adulteração histórica encomendada por Filipe II.

Mas porquê tanto medo - até hoje - que certos vermes humanos têm da figura deste Rei? D. Sebastião tinha 24 anos quando travou a fatídica batalha de Alcácer-Quibir. Não era portanto o «rei-menino» que nos querem fazer acreditar. Tinha atrás de si 10 anos de excelente e efectiva governação, com reformas de fundo (inclusivamente a padronização de pesos e medidas, primeira em toda a Europa), extensa e espantosa legislação (as «Ordenações Sebásticas», fechadas na Torre do Tombo) e uma luta sem quartel contra os corruptos e os traidores à Pátria. Um grande Rei, que muitos quiseram - e querem - abater. Dos seus amores (D. Joana de Castro, D. Juliana de Lencastre, Iasmina, filha do Senhor do Rife, e, por fim, a Infanta Isabela Clara Eugénia, filha de seu tio e arqui-inimigo Filipe II) há vários e dispersos relatos. Terá tido vários filhos, quase todos assassinados pelo poder do «demónio do meio-dia», como era conhecido Filipe II. Até os dois filhos e a filha de Isabela Clara Eugénia, que se diz terem sido do Rei português. Oficialmente, a Infanta, casada com o impotente ex-cardeal Albrecht, não teve filhos. Conhecem-se contudo os seus nomes e as datas de nascimento. Mas não da morte. O que se chama uma «limpeza».

Assim, qualquer «investigação» que se tencione fazer às ossadas dos Jerónimos jamais serão imparciais. Pois que os seus promotores tencionam «acabar com o mito sebastianista», conforme apregoam. O nosso grande Rei-Soldado, o Cavaleiro da Cruz, como também era conhecido, morto em 1633 em Limoges, ainda lhes causa medo. Um medo de morte, que só os traidores e os cobardes conhecem.

É a Hora.

7:01 da manhã  

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