sexta-feira, março 02, 2007

Portas

Não consigo perceber que se possa ter alguma esperança em Paulo Portas. Ultrapassa-me:
Paulo Portas fez parte de um dos mais irresponsáveis governos de Portugal. Santana Lopes e Paulo Portas se não têm sido despedidos tinham levado o país a uma guerra civil - e eu só não combatia se me matassem. A revolta estava nas ruas – ouvi uma velhinha dizer que ia pôr bombas. O verbo defenestrar foi tirado do baú . Depois de Vasco Gonçalves foi o primeiro governo revolucionário com leis revolucionárias- foi-me dito numa reunião no Parlamento por um responsável do CDS que a lei das rendas era uma lei revolucionária (ao que eu respondi que não sabia que o CDS era um partido revolucionário, e o dito responsável ficou a olhar para mim com cara de parvo – nunca se tinha lembrado que quem faz leis revolucionarias são os revolucionários)

O que iam fazer com a lei das rendas era uma das maiores tragédias da História de Portugal – os bairros iam ser despovoados, as populações atiradas para os subúrbios, velhos, principalmente, iam ser obrigados a largar as suas casas, os comerciantes obrigados a abandonar as lojas. Todo esse imobiliário era posto à venda ao mesmo tempo e comprado por fundos imobiliários estrangeiros por tuta e meia. Todos os centros das nossas cidades passavam para as mãos da plutocracia internacional. Alfama, o Bairro Alto, a Sé deixavam de ser o que são sem as gentes, o povo, o bairrismo, os cheiros, os gritos,o amor e o ódio que lá habitam. Morriam, transformavam-se em condomínios fechados para reformados estrangeiros endinheirados .

Foi tudo feito às escondidas. A Lei foi discutida ao mesmo tempo do orçamento, as bancadas da assistência ocupadas por crianças das escolas para impedir os protestos de quem acompanhava a infâmia

Com aquela lei parte de Portugal morria definitivamente.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Caro F Múrias,

1. A lei das rendas, de um ministério Arnault/PSD, visava uma + justa remuneração do capital de aforradores, que em tempos tiveram a infeliz ideia de arrendar o seu património.

2. A lei não se aplicaria a maiores de 65 anos nem a pobres.

3. Se isto é revolucionário, eu sou revolucionário.

4. O F Múrias deveria saber que sem confiança dos agentes económicos no investimente temos miséria e socialismo.

5:38 da tarde  

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