quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Cala-te boca...


Vivemos num país em que quem fala lixa-se, quem protesta lixa-se…Para além disso as únicas preocupações que existem são de ordem teórica. Discute-se o passado, discutem--se teorias. Parece que a vida do dia a dia não é real. Os intelectuais vivem sem preocupações – não são perseguidos pelo Estado, vivem muitas vezes à conta do Estado nas Universidades e Institutos – são quem realmente beneficiou com o 25 de Abril. São livres – livres de mais – podem dizer, propor e fazer todas as asneiras à sombra da democracia e da liberdade

Antes do 25 do quatro não se podia de falar de política teórica – das grandes mudanças que deveriam ser feitas para cairmos no descalabro de hoje – hoje só se fala de teorias. Cada um tem uma teoria melhor do que a do outro. –o mundo é mau é preciso mudá-lo.

O futebol é uma porcaria, as câmaras também, a justiça não funciona, nem os hospitais, nem a segurança social, nem a economia, nem a politica – nada funciona, ou antes, a televisão funciona, funciona 24 horas por dia numa lavagem ao cérebro constante - admira-me como é que comemos, (ainda) todos os dias se nada presta e está tudo avariado

Pare combater tal estado de coisas há que arranjar culpados e eles somos nós, o Povo português - somos umas bestas –até parece que o Salazar vai ganhar umas eleições depois de morto - .Não há dúvidas, é preciso «mudar mentalidades» «modernizar-nos».

Ninguém nos pergunta se queremos mudar – temos que mudar.(ponto)Nem que seja à porrada …

Como quem vive no mundo real não se pode revoltar –senão leva - eu que vivo no mundo real, real de mais - vou passar a estar cada vez mais calado, num silêncio ensurdecedor. Vou continuar a ver as pessoas a ser perseguidas, tramadas e destruídas. Se calhar também me vão fazer mal … aguenta-se.. já dizia o Maurras … aguentar, aguentar, aguentar e e esperar que os intelectuais comecem a ser lixados - aí vão perceber de que é que eu estou a falar.

Pode é ser tarde de mais…

Já a seguir têm a corrida do século entre o Villeneuve e o François Arnoux para verificarem que o mundo, tal como é, também tem coisas boas