A Igreja não se vai abster
É obvio que a Igreja não se vai abster de fazer campanha contra o aborto. O D Policarpo pode-se abster à vontade, mas a Igreja não é o D Policarpo.Eu por mim vou mandar um mail ao Papa, a pedir instrucçõesa perguntar se a posiçãodo D Policarpo é correta. Saluti via e-mail al Santo Padre
3 Comments:
Julgo que a posição da Igreja é bastante clara: o direito à vida é absolutamente inviolável e o aborto, sendo um atentado à vida humana, é liminarmente rejeitado pela sociedade católica. Portanto, não acho necessário ou urgente uma espécie de “definição ideológica” da Igreja face à questão do aborto.
Aliás, como católico que sou, até me sinto bem por ver que a Igreja não participa visivelmente na campanha contra o aborto. Observe-se o seguinte: imaginemos que a Igreja fazia efectivamente uma campanha, apoiando o “não”. Será que nós, os católicos, queremos ver a nossa Igreja envolvida em debates com partidários do “sim”, que não fazem mais do que gozar e ridicularizar as crenças seculares da Igreja? Será que queremos ver a Igreja descer ao nível dessas pessoas? Pessoalmente, julgo que não.
Daí que compreenda a prudência e a discrição com que o Senhor Cardeal D. José Policarpo aborda esta questão. Os verdadeiros católicos sabem sempre qual a posição da sua Igreja. Não são necessários debates pouco edificantes na praça pública, quando todos os esclarecimentos que os católicos precisam podem ser dados nas missas, junto dos padres, ou até lendo as posições da Conferência Episcopal Portuguesa acerca desta matéria.
Portanto, reforço a ideia de que a Igreja deve estar separada da política. Se queremos dar a conhecer a posição da Igreja relativamente à questão do aborto, temos apenas uma coisa a fazer: votar “não” no referendo.
Sendo contra o aborto é coerente ser a favor (ou abster-se) em relação à despenalização criminal? Vamos assumir que sim. E em relação a quem tem beneficio com a actividade comercial que decorre do aborto? Também é despenalizada? Ou proibida e então somos nós que estamos contra o aborto que financiamos o serviço publico? Parece-me uma questão excessivamente politica para um tema tão ético.
Uma coisa estou certo. O aborto é uma tragédia e uma violência, sim, mas contra a criança. E como tal moralmente não pode ser despenalizado nem abstencionado!
Não consegui saber ao certo se D. José Policarpo disse que o referendo não era uma questão eclesiástica ou que não era uma questão religiosa. Vi as duas fórmulas nos jornais. Há um abismo entre elas. E não me admiraria que alguns jornalistas, incientes da diferença, tenham posto "religiosa" onde tivesse sido dito "eclesiástica". Vou ver se consigo apurar.
Mas emboa verdade, o sentido último - e o mérito - do seu comentário ficarão intactos em qualquer das hipóteses. Obrigado pelo encorajamento ao bom combate !
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