sábado, janeiro 27, 2007

Li a nota no O Futuro Presente do Miguel sobre o artigo de Pacheco Pereira no Publico. Não li o Pacheco Pereira mas li Miguel Freitas da Costa.

O Miguel diz que «verdadeiro totalitarismo não é o da proibição mas o da obrigação, não o da interdição mas o da participação forçosa, se necessário (que é quase sempre) forçada, não o do véu mas o da transparência.» e tem toda a razão .

Embora muitas das vezes a proibição seja uma obrigação, é proibido andar a mais de 120 logo obrigam-me a andar a menos, é realmente na obrigação que reside a principal característica do totalitarismo .

A obrigação nasce de uma visão idílica, utópica de uma sociedade perfeita que aparece na cabecinha de uns tantos iluminados que, normalmente em nome da liberdade e da democracia, querem impor aos outros.

Vejamos o que se passa com a educação e o o seu financiamento que são os impostos. Para tentar levar o país ao estado de «excelência» os nossos governantes vão com os nossos impostos fazer os possíveis e os impossíveis para «qualificar os recursos humanos» pois é a única via para «aumentar a produtividade» para isso vão investir nos cursos «tecnológicos» « com saída para o mercado de trabalho» de«um mundo cada vez mais globalizado».

Vamos todos, portanto, pagar os cursos da rapaziada que ingressem em tais cursos com acordos com o MIT . Mas, se o estado tiver sucesso, o que é que vai acontecer à tal rapaziada? Se os cursos forem realmente «competitivos» no «mercado de trabalho de um mundo cada vez mais globalizado» a malta vai trabalhar para a América, para as multinacionais, acrescentar valor às acções das grandes companhias internacionais e encher os bolsos dos accionistas. Quer dizer que os pobres portugueses (os ricos espertos não pagam impostos legalmente) vão financiar as maiores multinacionais com o dinheiro dos seus impostos.

Quanto mais altos forem os impostos mais totalitário é um estado. Os impostos afectam realmente a totalidade da nação, afectam as famílias e afectam as empresas. Retiram dinheiro dos nossos bolsos para os entregar ao Estado. Tudo certo se for para nos prestar serviços que necessitemos e do mesmo valor, tudo mal se for para nos tornar cada mais pobres e outros cada vez mais ricos.